Acesso aos serviços de urgência e internação hospitalar por crianças de 0 a 2 anos residentes em Juiz de Fora – MG

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Toledo, Luana Vieira lattes
Orientador(a): Bastos, Ronaldo Rocha lattes
Banca de defesa: Silva, Cosme Marcelo Furtado Passos da lattes, Teixeira, Maria Teresa Bustamante lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/478
Resumo: O acesso aos serviços de saúde tem sido objeto de grande interesse na área da saúde coletiva, na qual diversos autores adotam diferentes conceitos para o tema, envolvendo aspectos relacionados aos serviços, aos usuários e a interação entre eles. Nesta pesquisa, com o objetivo de identificar como ocorre o acesso das crianças menores de 2 anos do município de Juiz de Fora aos serviços de urgência e internação hospitalar, utilizou-se como base a reflexão teórica de Mcintyre, Thiede e Birch (2009), que define o acesso sob a perspectiva da disponibilidade, da acessibilidade financeira e da aceitabilidade. Foram analisados os dados das entrevistas de um inquérito domiciliar realizado no referido município no ano de 2010, no qual participaram 325 responsáveis por crianças menores de 2 anos. Para este estudo foram selecionadas, entre essas crianças, aquelas que haviam sido atendidas pelo serviço de urgência e/ou estiveram internadas no período correspondente aos doze meses anteriores à pesquisa, somando-se respectivamente 88 e 54 crianças. As amostras foram divididas em sub-amostras, tendo como critério para a divisão a cobertura ou não de equipes de ESF. Após essa divisão procedeu-se a análise estatística por meio da Análise de Correspondencia (AC) e Análise de Cluster, nas quais foi possível identificar características distintas para as quatro sub-amostras, representando as dimensões de acesso estudadas. Entre os resultados, observa-se que a sub-amostra 1 é caracterizada principalmente pela dimensão de acessibilidade financeira, na qual a variável “presença de gastos com transporte”, é a mais significativa. A sub-amostra 2 também pode ser caracterizada pela dimensão de acessibilidade financeira, entretanto de forma indireta, pois a sua variável mais significativa refere-se ao “tempo de espera maior do que a média”. Em relação à sub-amostra 3, a dimensão de acesso que faz referência é a disponibilidade, tendo a variável 1, como representativa, expressando a presença de encaminhamento prévio por algum serviço de saúde. A sub-amostra 4, faz referência à dimensão mais subjetiva de acesso, a aceitabilidade, tendo como a variável mais significativa, a “presença de relatório médico explicativo após a alta hospitalar”. Buscando-se compreender a associação dos dados socioeconômicos com a utilização dos serviços de saúde, procedeu-se a regressão logística binária, na qual foi possível identificar que a idade da criança apresenta relação positiva com a procura pelo serviço de urgência caracterizada por um O.R. de 1,113 com valor p considerado <0,001. No que tange à internação hospitalar, a idade da criança mantém-se como uma variável relacionada, tendo um O.R. de 1,046 e valor p igual a 0,054, associada também à variável referente à presença do companheiro materno, que representa um fator de proteção para as internações, tendo um O.R. de 0,425 e um valor p igual a 0,008. Conclui-se que o acesso deve ser considerado em uma abordagem multidimensional, envolvendo fatores relacionados tanto à disponibilidade quanto aos aspectos socioeconômicos e culturais. Ao se pensar no acesso de crianças, características peculiares a elas devem ser consideradas na avaliação do acesso aos serviços de saúde.