Temos que falar português: o protagonismo discente em uma sala de português para estrangeiros

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Oliveira, Daniel Augusto de lattes
Orientador(a): Weiss, Denise Barros lattes
Banca de defesa: Magalhães, Tânia Guedes lattes, Pereira, Telma Cristina de Almeida Silva lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1358
Resumo: Na atividade de conversação de sala de aula de língua estrangeira, há jogos interacionais que exibem a institucionalidade do encontro e que envolvem uma estrutura de poder na orientação e na execução da atividade. Objetivamos, nesta pesquisa, estudar como alunos se engajam em uma tarefa de prática oral de uma sala de aula de uma disciplina de Português para estrangeiros, em uma Universidade pública brasileira, à medida em que se orientam ao objetivo específico desse encontro institucional. Para tal, utilizamos a Sociolinguística Interacional e a Análise da Conversa como ferramentas metodológicas. Recorremos ao conceito de face (GOFFMAN, 1980), Enquadre (BATESON, 2002; GOFFMAN, 1974; TANNEN; WALLAT, 2002) e de papel (GOFFMAN, 1974; SARANGI, 2010). Além disso, exploramos as ideias acerca da interação institucional, sobretudo a partir dos escritos de Heritage (1997) e Arminen (2005). Ademais, como dimensão da institucionalidade de encontros, apresenta-se a noção de assimetrias (LINELL; LUCKMAN, 1991) e assimetrias institucionais (HERITAGE, 1997) e investiga-se em que medida ocorrem suas reduções. Para a compreensão desse sistema de relações em uma sala de aula como uma estrutura dinâmica, analisa-se o conceito de poder, discutido por Foucault (1972). Na análise dos registros em áudio, transcritos segundo o modelo Jefferson, tal como apresentado em Loder (2008), observa-se que, na execução da atividade proposta pela docente, os alunos exercem funções que são típicas do papel do professor, sendo que essas funções envolvem trabalho de face. Ainda que os alunos as desempenhem, os resultados sugerem que as ações dos discentes não depõem contra a institucionalidade da interação, mas a favor de um ambiente de aprendizagem de línguas no qual os alunos esboçam agência e protagonismo.