Modelagem ecohidrológica e caracterização biótica e abiótica da bacia hidrográfica do ribeirão do Espírito Santo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Pinto, Vívian Gemiliano lattes
Orientador(a): Ribeiro, Celso Bandeira de Melo lattes
Banca de defesa: Filho, Otto Corrêa Rotunno lattes, Santos, Jorge Abdala Dergam Dos lattes, Moraes, Marconi Fonseca de lattes, Barros, Nathan Oliveira lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/96
Resumo: Diante da escassez hídrica que se impõe como uma ameaça global, torna-se premente que as relações do homem com os recursos hídricos sejam repensadas e as formas de gestão reconstruídas. Sabendo-se que os subsídios para a gestão das grandes bacias hidrográficas se fundamentam na dinâmica das pequenas bacias e suas inter-relações, esta tese tem como objetivo buscar um olhar holístico da bacia hidrográfica do Ribeirão Espirito Santo (BHRES), situada em Juiz de Fora, Minas Gerais, identificando suas características bióticas e abióticas, pesquisando-se, de forma mais detalhada, as vazões ecológicas. Dada as dificuldades de se aprofundar a investigação ecohidrológica em toda a BHRES, determinaram-se dois trechos a serem estudados, um de cabeceira e outro de foz. Nesses dois trechos, buscou-se conhecer sua topobatimetria, sedimentos, características hidrodinâmicas, qualidade da água, ictiofauna e a relação com a vazão ecológica. Os resultados indicaram que os dois trechos estudados apresentam características bióticas e abióticas de ambientes moderadamente poluídos. Porém as particularidades das áreas marginais dos dois trechos implicam características de inundação bastante distintas, já que o primeiro trecho possui algumas depressões marginais, formando pequenas lagoas, ambientes amplamente reconhecidos pela sua importância na manutenção e integridade da biodiversidade aquática. Os dois trechos estudados, apesar de se situarem em posições bastante distintas na BHRES, não apresentam diferenças significativas com relação à granulometria dos sedimentos, parâmetros de qualidade da água, abundância, riqueza, diversidade e composição da ictiofauna. Essas caracteristicas permitiram a construção de curvas de adequação de habitat univariadas da ictiofauna investigada para a bacia hidrográfica como um todo. A metodologia de habitat, associada a uma ferramenta de reconhecimento do fluxo natural de cursos de água permitiu identificar o excedente hídrico nos dois trechos estudados, sinalizando para uma maior cautela na concessão de outorga de direito do uso da água em trechos de cabeceira, uma vez que, nos meses mais secos do ano não se identificou excedente hídrico; ao contrário, os fluxos naturais já impõem condição estressante às espécies analisadas. Por outro lado, o trecho de foz possui excedente hídrico superior à vazão de referência de outorga do estado de Minas Gerais nos meses mais úmidos e ainda é capaz de suportá-la nos meses mais secos. Note-se que as vazões mínimas remanescentes determinadas pelas legislações brasileiras se mostram incompatíveis com as necessidades para manutenção do ecossistema.