Incontinência anal e diagnósticos de enfermagem: determinantes, prevalência e representações sociais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Souza, Luciene Carnevale de lattes
Orientador(a): Arreguy-Sena, Cristina lattes
Banca de defesa: Matsuda, Laura Misue lattes, Paiva, Elenir Pereira de lattes, Parreira, Pedro Miguel dos Santos Dinis lattes, Pinto, Paulo Ferreira lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Enfermagem
Departamento: Faculdade de Enfermagem
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/341
Resumo: Objetivou-se analisar os determinantes do processo de envelhecimento, a prevalência de incontinência anal e as representações sociais que pessoas com idade ≥65 anos fazem sobre a incontinência anal com vista a identificar os diagnósticos de enfermagem nesta área em um grupo socialmente contextualizado. Pesquisa delineada no método misto composta por survey e Teoria das Representações Sociais com abordagem estrutural e processual. Participaram pessoas com idade ≥65 anos, de ambos os gêneros e moradoras de uma área atendida por uma Unidade de Atenção Primária à Saúde de Minas Gerais. A entrevista individual foi o instrumento de coleta de dados aplicado, contendo: determinantes do envelhecimento, escalas de incontinência de Wexner, St Mark, Revised Fecal Incontinence Score (RFIS) e Fecal Incontinence Quality Life (FIQL), evocações a partir de termo indutor e entrevista gravada para obter discurso sobre a incontinência anal. Utilizou-se suporte dos programas SPSS®, EVOC® e Nvivo® para consolidação e tratamento dos dados. Atenderam-se todos requisitos éticos e legais de pesquisa envolvendo seres humanos. Participaram 110 pessoas, destes 70,9% possuíam idade entre 65-75 anos; 62,7% eram mulheres; 67,3% eram naturais de cidades mineiras; 49,1% eram casados; 12,7% tinham profissão do lar, 19,1% eram doméstica; 24,5% nunca frequentaram escola e a média de anos de estudo foi de 7,59 anos. Prevalência de 9,9% de incontinência anal em diferentes graus, de acordo com as escalas utilizadas. Entre os determinantes do processo do envelhecimento identificaram-se: famílias numerosas, de baixa renda, presentes no cotidiano dos participantes, com convivência intergeracional, vínculos afetivos e fornecedores de apoio financeiro para o núcleo familiar; com hábitos de assistir à televisão, ouvir rádio, transferir tradição entre o grupo intergeracional; presença de doenças crônico-degenerativas e em uso de carga medicamentosa diária. Na Representação Social Estrutural, os cognemas alocados no núcleo central (cheiro-ruim, vergonha, pior-que-xixi e ruim) retrataram dimensões valorativas de caráter negativo, sendo que os mesmos foram corroborados com fragmentos de discurso dos participantes na abordagem processual da representação social. A reunião de todas as informações subsidiou a identificação de diagnósticos de enfermagem segundo a taxonomia da NANDA I como estando vinculados à respostas dos participantes diante da incontinência anal. Deles 11 são do tipo real, oito de risco e quatro de promoção de saúde. Concluiu-se que o caráter valorativo negativo para a incontinência anal retrata a necessidade de condutas terapêuticas que auxiliem aos participantes a enfrentarem esta síndrome geriátrica com vistas ao envelhecimento ativo. A contribuição desta investigação está no fato de ela: 1) possibilitar a elaboração de um diagnóstico sobre o processo do envelhecimento, a prevalência da incontinência anal em grupo socialmente contextualizado na abordagem de atenção primária à saúde e a identificação de diagnósticos de enfermagem segundo a taxonomia da NANDA I; 2) conhecer as concepções de pessoas com idade ≥65 anos sobre uma das síndromes geriátricas que possuem impacto social, econômico, relacional e pessoal no processo de envelhecimento ativo e 3) elencar subsídios para reflexões do profissional enfermeiro para as condutas terapêuticas passíveis de ser operacionalizadas na atenção primária à saúde com vistas a contribuir para que o processo do envelhecimento ocorra com autonomia, saúde, segurança e participação social.