Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Clarice Cerqueira
 |
Orientador(a): |
Carrizo, Silvina Liliana
 |
Banca de defesa: |
Gonçalves, Ana Beatriz
,
D'Angelo, Biagio
 |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
|
Departamento: |
Faculdade de Letras
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1693
|
Resumo: |
Esta dissertação de mestrado propõe identificar a importância do espaço europeu, particularmente da cidade de Paris, na formação do locus de enunciação do escritor argentino Julio Cortázar e na produção do romance Rayuela (O jogo da amarelinha, título em português), de 1963. Discutiremos os conceitos de espaço literário, multiterritorialidade, entre-lugar e outros tantos níveis de espacialidade, levando em consideração a experiência de migração do autor. Identificaremos Rayuela como um romance que empreende uma ruptura com os paradigmas tradicionais da literatura, a começar pela operacionalização do projeto cortazariano do túnel, cujo lema é ―destruir para construir‖. Será dada ênfase ao alter-ego do autor no romance, Morelli, e sua proposta metatextual, além das duas possibilidades de leitura propostas pelo tabuleiro de direção, levando à existência de múltiplos leitores. Por fim, analisaremos Rayuela à luz de suas marcas de multiterritorialidade, partindo das cidades de Paris e Buenos Aires como espaços primordiais. Essa multiterritorialidade pode ser identificada na estrutura fragmentada do livro, nas duas narrativas presentes no enredo (o lado de lá e o lado de cá), na diversidade dos personagens e nos debates heterogêneos sobre cultura. A multiterritorialidade ainda é notada em seu protagonista, Horacio Oliveira, expressa em dualidades existenciais: entre o presente e o passado, entre Buenos Aires e Paris, entre ele próprio e Traveler, entre Maga e Talita. Assim como o personagem principal, Cortázar também se configura como um intelectual do interstício, do entre-lugar, cindido por variados espaços simbólicos. Como sustentação teórica para as ponderações pretendidas, destaco: Gaston Bachelard, Rogério Haesbaert, Silviano Santiago, Renato Cordeiro Gomes, Ángel Rama, Mikhail Bakhtin, Sigmund Freud, o próprio Julio Cortázar, dentre outros. |