Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Barbosa, Daniel Elias Ferreira
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Orientador(a): |
Menini Neto, Luiz
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Banca de defesa: |
Marcusso, Gabriel Mendes
,
Luizi-Ponzo, Andréa Pereira
,
Ramos, Flávio Nunes
,
Faria, Ana Paula Gelli de
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14287
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Resumo: |
Mesmo passando por um intenso processo de desmatamento, a Floresta Atlântica ainda abriga uma megadiversidade biológica e altos índices de endemismo, sendo considerada um dos principais hotspots globais para a conservação da biodiversidade. No entanto, mesmo que grande parte das pesquisas científicas realizadas no Brasil estejam concentradas no domínio Atlântico, tal conhecimento não é distribuído de maneira uniforme, restando várias lacunas a serem preenchidas, como é o caso das Florestas Estacionais Semideciduais (FES). Por exemplo, estudos vêm mapeando áreas prioritárias para a conservação da biodiversidade brasileira, no entanto, muitas delas não possuem estudos suficientes, o que pode dificultar a elaboração de estratégias de conservação. Muitas dessas áreas estão localizadas no estado de Minas Gerais (MG), no complexo de montanhas denominado como Serra da Mantiqueira (SM), local esse reconhecido como de destacada importância biótica, abiótica, paisagística, turística e cultural. Além de algumas áreas se encontrarem subamostradas, alguns grupos funcionais também se encontram em situação similar, como é o caso das epífitas vasculares, que apresentam grande importância na dinâmica ecológica das florestas tropicais, no entanto, ainda possuem um número reduzido de estudos quando comparado, por exemplo, com plantas arbóreas. Dessa maneira, o presente estudo teve como objetivo investigar áreas prioritárias para conservação da flora mineira, todas inseridas no domínio Atlântico e compostas pela fitofisionomia de FES. Foram realizados novos inventários florísticos, avaliação da estrutura das comunidades e análises de padrões de distribuição geográfica de epífitas vasculares. Os resultados da tese são apresentados em três capítulos. No primeiro capítulo nós discutimos sobre a necessidade de manter a continuidade dos levantamentos florísticos, principalmente para espécies não arbóreas, mesmo em áreas relativamente bem amostradas, como a SM, que não é uniformemente estudada e apresenta várias lacunas de amostragem e de conhecimento. Apresentamos pela primeira vez novos registros de ocorrência de três espécies em MG, a 9 redescoberta de uma espécie após mais de dois séculos da sua última coleta, além de espécies raramente coletadas no estado. Nossos resultados reforçaram a necessidade de direcionar novos estudos para localidades deficitárias de dados e sugerimos também, que a região de Itamarati de Minas seja incluída no grupo de áreas consideradas prioritárias para a conservação da biodiversidade no estado, tendo em vista que a maior parte desses registros, foi feita nesse município. No segundo capítulo nós apresentamos a lista de epífitas vasculares da Serra do Relógio, onde foram registradas 158 espécies. Essa riqueza, surpreendentemente, é maior do que as registradas em algumas florestas ombrófilas, que são mais propensas ao estabelecimento dessa sinúsia, devido à elevada umidade e baixa sazonalidade que possuem. Além disso, analisamos a similaridade entre os dois fragmentos utilizados no estudo que estão localizados em altitudes diferentes (~500 m e 1400 m). Mesmo sendo compostos pela mesma fitofisionomia e estando conectados por um corredor ecológico, a similaridade encontrada foi muito baixa (~22%), demonstrando como fatores ambientais locais podem ter grande influência na composição das comunidades de epífitas vasculares. Nossos dados reforçaram a tendência de uma elevada riqueza epifítica nas FES de MG e a importância da conservação de cada remanescente de vegetação no Brasil. No terceiro capítulo, nós analisamos a distribuição de epífitas vasculares em 12 locais compostos por FES, na SM, com latitudes variando entre 20°24' e 21°41' e altitudes entre 250 m e 1650 m. Foram avaliados o padrão de riqueza, índices de diversidade taxonômica, a similaridade entre os locais (através de métodos de agrupamento e ordenação) e a diversidade β particionada em seus dois componentes (aninhamento e substituição de espécies). O padrão de riqueza encontrado atendeu parcialmente nossas expectativas, com três locais inseridos na faixa altitudinal entre 1000 m e 1500 m abrigando os maiores números de espécies. No entanto, esse padrão não se manteve quando consideradas todas as áreas. Os índices de diversidade taxonômica demonstraram que, no geral, os locais estão em condições razoáveis de conservação. As análises de similaridade 10 destacaram a altitude como um fator determinante na distribuição dos táxons, com a formação de grupos acima e abaixo de 1000 m. A altitude também foi destacada na análise de diversidade β, em que o componente substituição de espécies foi o principal fator de dissimilaridade, demonstrando que há uma diferenciação aditiva de espécies entre as comunidades estudadas. Mesmo os locais com reduzido número de espécies, não são subconjuntos daqueles com maior riqueza, o que justifica a inclusão desse tipo de remanescente em projetos de conservação. Nossos resultados contribuíram para o preenchimento de algumas lacunas de conhecimento em FES na SM, trazendo uma listagem atualizada desta sinúsia para essa fitofisionomia, novos dados sobre riqueza, estrutura de comunidades e distribuição de espécies de epífitas vasculares em áreas de importante valor para a conservação da biodiversidade brasileira. |