Estrutura, diversidade e quantificação de carbono da comunidade arbórea de um fragmento de Mata Atlântica no NIASSA-UFJF

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Souza, Nina Caldeira de lattes
Orientador(a): Carvalho, Fabrício Alvim lattes
Banca de defesa: Barros, Nathan Oliveira lattes, Ribeiro, José Hugo Campos lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
AGC
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00069
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16442
Resumo: A Mata Atlântica está localizada nas regiões mais densamente povoadas do território brasileiro e tem sofrido transformações cada vez mais intensas, principalmente no último século. Uma de suas fitofisionomias mais afetada é a floresta estacional semidecidual (FESD), reduzida a 7,1% de sua cobertura original. Para que esses fragmentos da FESD perpetuem são necessários estudos que baseiem políticas ambientais, como estudos sobre sua composição florística, estrutura, serviços ecossistêmicos, como o estoque de carbono, dentre outros. Além disso estamos na Década da Restauração da ONU, que visa reprimir a degradação dos ecossistemas no mundo, ultimando que somente ecossistemas saudáveis podem combater as mudanças climáticas e frear o colapso da biodiversidade. Ecossistemas de referência (ER) servem como parâmetro de comparação para o sucesso de projetos de restauração. Um ER deve, entre outros, abrigar espécies nativas da região, ter funções normais de desenvolvimento da comunidade, estar protegidos de distúrbios antrópicos, entre outros. Com isso, tivemos como objetivo realizar um inventário florestal no remanescente de Mata Atlântica do NIASSA-UFJF, Ewbank da Câmara – MG, onde importantes projetos de restauração florestal estão em curso, a fim de compreender e elucidar seu grau de conservação, seu estágio de sucessional, sua estrutura, sua composição de espécies e diversidade florística, descrevendo sua viabilidade como ecossistema de referência, assim como quantificar o estoque de carbono acima do solo (AGC) do componente arbóreo. Para isso instalamos 30 parcelas permanentes de 15 x 12 m no remanescente, totalizando uma área amostrada de 0,54 ha, onde todos os indivíduos arbóreos vivos ou mortos com CAP ≥ 15,7, foram mensurados, identificados e tiveram sua altura estimada. Posteriormente, calculamos parâmetros fitossociológicos e geramos histogramas de distribuição de diâmetros das espécies de maior valor de importância (VI). Calculamos o valor do índice de Shannon (H’ – 4, 19 nats.ind-1 ) e equabilidade (J – 0,81). Para quantificar o AGC, tradamos e obtivemos o valor da densidade de madeira de indivíduos das espécies de maior área basal e maior VI evidenciadas pela análise fitossociológica e os aplicamos junto com os valores de DAP e altura destes indivíduos em equações globais para a estimação da biomassa. Encontramos 175 morfoespécies distribuídas em 51 famílias e 87 gêneros. As espécies de maior VI foram Lacistema pubescens Mart., Sorocea guilleminiana Gaudich., Xylopia brasiliensis Spreng. e Ocotea bicolor Vattimo-Gil. O total de carbono estocado no remanescente estocado é de 58,08 t.ha-1. O valor foi semelhante ao encontrado em outros estudos em FESD em regeneração secundária no estado de MG e é representativo de florestas de secundárias em fase de média sucessão. Considerando seus parâmetros estruturais, histórico e sua comparação geral com outros estudos realizados na FESD de MG, concluímos que o remanescente florestal do NIASSA está em estágio médio-avançado de regeneração e abriga oito populações de espécies que apresentam algum grau de ameaça. Com isso, consideramos o remanescente um bom ER para comparação com os estudos realizados no NIASSA e em toda a região e que provém um relevante serviço ecossistêmico expressado em carbono estocado.