Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2009 |
Autor(a) principal: |
Barros, Carolina Peixoto
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Orientador(a): |
Silveira, Sonia Bittencourt
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Banca de defesa: |
Vieira, Amitza Torres
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Rocha, Luiz Fernando Matos
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2806
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Resumo: |
O objetivo deste estudo é contribuir para o preenchimento da lacuna que existe nos estudos linguísticos no Brasil a respeito de discurso reportado, uma vez que há poucas pesquisas com dados reais de fala, principalmente no contexto institucional, em particular nas situações de conflito. Para tanto, encontramos suporte teórico em uma perspectiva interacional em Linguística (GUMPERZ, 1999; COUPER-KUHLEN; SELTING, 2001; SILVEIRA, 2008) para investigar o uso do discurso reportado pelas partes – reclamados e reclamantes – de audiências de conciliação do PROCON (Procuradoria de Proteção e Defesa do Consumidor) de uma cidade mineira. Procuramos focalizar a identificação da função argumentativa, as estratégias de trabalho de face e os footings assumidos pelos participantes no uso de discurso reportado como um tipo de demonstração (CLARK; GERRIG, 1990). O embasamento teórico para o estudo da função argumentativa está principalmente na pesquisa de Schiffrin (1987), para o de trabalho de face Penman (1990) e Silveira e Gago (2005) e para o de footings Goffman (1998). A pesquisa é de natureza qualitativa, tendo sido usados os seguintes instrumentos para geração dos dados: gravações em áudio e transcrição destas gravações. Em um primeiro momento, examinamos as principais funções argumentativas que o discurso reportado apresenta na fala dos participantes – reclamantes e reclamados – de uma audiência de conciliação do PROCON. Posteriormente, focalizamos na análise das estratégias de trabalho de face; no discurso reportado como um tipo de demonstração; e, por último, nos footings assumidos pelas partes ao produzirem o fenômeno estudado. Os resultados indicaram que reclamados e reclamantes usam o discurso reportado para apresentar e sustentar seus pontos de vista. As partes litigantes, ao produzirem discurso reportado usam estratégias de trabalho de face para proteger sua própria face e ameaçar a do outro. Os resultados sugeriram, ainda, que o discurso reportado em nosso contexto de pesquisa também é um tipo de demonstração, ou seja, é usado para encenar os contextos e ações reportadas. Finalmente, a análise nos mostrou que reclamados e reclamantes animam a própria voz e a de outrem, via discurso reportado, para sinalizar seu (des-)alinhamento à situação reportada. |