Propriedades biológicas e toxicológicas de Bauhinia forficata Link (Fabaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gasparetto, Carolina Miranda lattes
Orientador(a): Alves, Maria Silvana lattes
Banca de defesa: Salvador, Marcos José lattes, Fontes, Elita Scio lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1355
Resumo: Bauhinia forficata Link (Fabaceae), conhecida como pata-de-vaca, é uma planta medicinal nativa da América do Sul, tradicionalmente usada como hipoglicemiante, diurética, hipocolesterolêmica e no tratamento de cistite, parasitoses intestinais, elefantíase e outros distúrbios orgânicos. Essas disfunções estão associadas ao estresse oxidativo e dano celular. Os principais metabólitos especiais presentes nesta espécie são as substâncias fenólicas, em particular os flavonoides. Neste contexto, o objetivo do presente estudo foi avaliar as atividades antioxidante, antibacteriana e genotóxica das folhas de B. forficata, bem como determinar o conteúdo de fenóis e flavonoides totais. O material vegetal seco e pulverizado foi submetido à maceração estática em etanol, seguido de partição líquido/líquido para obtenção do extrato etanólico (EE) e das frações em hexano (FH), diclorometano (FD), acetato de etila (FA) e butanol (FB). Os teores de fenóis e flavonoides totais foram determinados por espectrofotometria utilizando as curvas de calibração do ácido gálico e da rutina, respectivamente. A atividade antioxidante foi avaliada pelos ensaios do sequestro do radical livre 2,2-difenil-1-picril-hicrazila (DPPH•), poder de redução do ferro e cooxidação do β- caroteno/ácido linoleico. A atividade antibacteriana foi investigada por meio da determinação da Concentração Inibitória Mínima 100% (CIM100) pelo método de microdiluição em caldo segundo recomendações do Clinical Laboratory Standards Institute (CLSI) frente a sete amostras de referência ATCC. Em seguida, procedeu-se ao estabelecimento do efeito farmacológico bactericida ou bacteriostático e à determinação da Concentração Bactericida Mínima (CBM). O potencial genotóxico foi avaliado pelo ensaio do cometa utilizando células HepG2. As análises foram realizadas em triplicata e os resultados apresentados como média ± desvio-padrão, quando pertinente. Os dados foram submetidos à Análise de Variância seguida do pós-teste de Tukey (p < 0,05). Os teores de fenóis e flavonoides totais variaram de 9,20 ± 0,87 a 87,35 ± 0,92 mg/g em equivalentes de ácido gálico e de 2,51 ± 0,06 a 56,76 ± 0,81 mg/g em equivalentes de rutina, respectivamente. Os valores das Concentrações Efetivas 50% obtidos nos ensaios do DPPH• e poder de redução do ferro foram de 27,95 ± 0,33 a 193,62 ± 1,12 μg/mL e de 21,12 ± 0,52 a 328,45 ± 3,23 μg/mL, respectivamente. A porcentagem de inibição da peroxidação lipídica obtida pelo ensaio do β-caroteno/ácido linoleico variou de 26,80 ± 2,26 a 67,07 ± 1,48, de 36,30 ± 5,38 a 73,66 ± 3,91 e de 48,70 ± 5,08 a 81,93 ± 3,45 nas concentrações de 250, 500 e 1000 μg/mL, nessa ordem. A FA foi ativa frente à Staphylococcus aureus ATCC 29213 e ATCC 6538 testadas, com valores de CIM100 e CBM de 2,5 mg/mL e 5 mg/mL, e de 5 mg/mL e > 5 mg/mL, respectivamente, revelando efeito bacteriostático. O EE induziu dano genético significativo às células HepG2 pelo ensaio do cometa nas concentrações de 125 e 250 μg/mL. Os resultados desse estudo indicam que B. forficata possui substâncias fenólicas, incluindo flavonoides, demonstrando atividades antioxidante e antibacteriana. O dano genético revelado pelo EE requer estudos adicionais para a confirmação de seu potencial genotóxico.