Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Damacena, Andressa Moura |
Orientador(a): |
Mattos, Inês Echenique,
Luz, Laércio Lima |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13789
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Resumo: |
A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) precede o desenvolvimento do câncer do colo do útero por longo período, processo que pode variar de 10 a 20 anos. A infecção persistente pelo vírus é necessária para o desenvolvimento e progressão de lesões do colo do útero, tanto para graus mais elevados de lesões pré-cancerosas, como para o câncer. Tais características permitem que ações preventivas sejam realizadas com o objetivo de romper a cadeia epidemiológica da doença, podendo ser curável em até 100% dos casos se diagnosticada precocemente e tratada de forma adequada. A morbimortalidade por câncer do colo do útero vem diminuindo em vários países, porém, para algumas regiões do Brasil, as estimativas apontam crescimento. O estado do Piauí tem sido destaque por apresentar um dos maiores incrementos nas taxas de mortalidade por câncer do colo do útero em comparação com os demais estados brasileiros. O objetivo desta dissertação foi analisar a tendência da mortalidade por câncer de útero no Piauí e realizar estudo avaliativo dos dados do Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero (Siscolo) disponíveis para Teresina. Utilizou-se como fonte de dados o Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde – DATASUS (Sistema de Informação sobre Mortalidade – SIM - e o Sistema de Informação do Câncer do Colo do Útero - Siscolo). Considerando apenas os modelos estatisticamente significativos, para o Piauí e para o interior do estado, foi observada tendência crescente e não constante das taxas de mortalidade por neoplasia maligna do colo do útero em todas as faixas etárias e tendência de redução na capital Teresina nas faixas 20-39 e 40-59 anos, no período 1980-2012. A mortalidade por neoplasia maligna de corpo e partes não especificadas do útero apresentou tendência crescente e constante no Piauí e no interior do estado, na faixa etária de 60 ou mais anos. Em Teresina, a redução na mortalidade foi mais acentuada para a neoplasia maligna de corpo e partes não especificadas do útero do que para neoplasia maligna do colo do útero. Possivelmente, os casos de neoplasia de partes não especificadas encontrados na faixa etária mais jovem sejam, na maior parte, originários do colo, enquanto nas faixas mais velhas, possivelmente, são neoplasia de corpo do útero. No período de 2006 a 2013, foram registradas, no Siscolo, 604.331 citologias de mulheres residentes em Teresina, das quais 1,78% (10.698) apresentaram resultados alterados. Na faixa etária alvo do programa de rastreamento do câncer de colo do útero, 25 a 64 anos, ocorreu redução de 43,9% no número de exames realizados no período analisado. As atipias de significado indeterminado (escamosas e glandulares) e as de origem indefinida foram os principais tipos de alterações encontrados. A positividade dos exames foi maior para as mulheres > 64 anos. As lesões intraepiteliais escamosas de baixo grau (LSIL) foram predominantes nas mulheres mais jovens (< 25 anos). Com o aumento da idade, a prevalência das LSIL diminuiu, enquanto a prevalência das lesões intraepiteliais escamosas de alto grau (HSIL) aumentou, principalmente a partir dos 64 anos. Os resultados quanto à periodicidade do exame sugerem repetição desnecessária, com alta concentração de intervalo anual. No período analisado, verificou-se aumento do percentual de amostras insatisfatórias e decréscimo constante no percentual de amostras com representatividade da Zona de Transformação (ZT). Entre as variáveis que compõem o banco de dados, os menores percentuais de completitude foram observados para escolaridade e cor/raça. A lenta progressão das lesões do câncer do colo do útero associada às deficiências observadas no processo de rastreamento desta neoplasia nas mulheres de Teresina, no período de 2006 a 2013, poderão resultar em uma tendência crescente das taxas de mortalidade por câncer do colo do útero nas mulheres da capital após alguns anos. Faz-se necessária a qualificação das ações de rastreamento do câncer do colo do útero no município de Teresina, com o objetivo de melhorar a cobertura do programa, reduzir as iniquidades das ações de controle, bem como melhorar as taxas de morbimortalidade do câncer de colo do útero. |