Comportamento sexual da vespa escavadora Sphex ingens Smith 1856 (Hymenoptera, Sphecidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Souza, Carlos Alberto dos Santos lattes
Orientador(a): Prezoto, Fábio lattes
Banca de defesa: Lima, Mauro Sérgio Cruz Souza lattes, D’Ávila, Sthefane lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/1615
Resumo: A vespa escavadora Sphex ingens apresenta distribuição conhecida na Bahia e no litoral Atlântico do Sudeste brasileiro representando uma espécie pouco compreendida em termos comportamentais, ecológicos e biológicos. O estudo visou descrever o comportamento sexual in natura da espécie e avaliar as estratégias comportamentais e padrões morfológicos sujeitos a seleção sexual, sendo conduzido nas praias dos Meros e do Aventureiro entre a 2ª quinzena de 2010 e a 1ª e 2ª quinzena de 2011 através da tabulação e filmagem dos comportamentos de acasalamento de indivíduos em ambas fisionomias. O etograma foi elaborado pelos métodos ad libitum e sequence samples. Diagramas de fluxos foram construídos a partir do estado atual e das probabilidades estocásticas dos comportamentos. O acasalamento foi constituído por 4 etapas seqüenciais através de um sistema promíscuo. Um total de 10 comportamentos foram exclusivos para as fêmeas e 9 para os machos. Sete comportamentos foram comuns entre os sexos não havendo diferença significativa (x2=16,622; Gl=n-1; p<0,01). Comportamentos de comunicação constituíram maior freqüência de estado entre os sexos no acasalamento, entretanto, as predições registradas pelo Diagrama de Cadeia de Markov indicaram que estes comportamentos pouco influenciam no acasalamento, sendo mais relevante a permanência da monta pelos machos e os comportamentos agonísticos e de insociabilidade das fêmeas. O número de tentativas de cópulas entre machos patrulheiros e residentes foram significativamente diferentes na 2ª quinzena de 2010 e na 1ª quinzena de 2011, respectivamente, t=3,767; Gl=n-1; p<0,01 e t=12,780; Gl=n-1; p<0,01. Embora, não tenha existido diferença significativa para o número de cópulas entre machos patrulheiros e residentes na 2ª quinzena de 2011 (t=0,285; Gl=n-1; p<0,01), os resultados sugerem que o sucesso copulatório entre estes padrões se mostra variável ao longo da estação reprodutiva. O número de toques de antenas e o tempo de investimento entre cópula bem sucedidas e mal sucedidas foram significativamente correlacionados (rs=0,838; t=14,127; p<0,001 e rs=0,847; t=14,083; p<0,001), porém, o número de toques de antenas entre cópulas bem sucedidas e mal-sucedidas não houve diferiram significativamente (t=0,607; Gl=n-1; p<0,01), ao contrário do tempo de investimento entre as respectivas cópulas (t=4,236; Gl=n-1; p<0,01). Análises de variância demonstraram diferenças significativas nos caracteres morfológicos mensurados, enquanto as análises multivariadas predisseram a existência de assimetria entre fêmeas, machos residentes e patrulheiros. A assimetria entre machos residente e patrulheiro indica maior adaptação ao territorialismo do que a seleção das fêmeas para este padrão, enquanto a promiscuidade e a agressividade das fêmeas interferem no esforço de corte dos machos e fomenta o aparecimento de coercividade copulatória.