Hepáticas (Marchantiophyta) do Parque Estadual do Ibitipoca (MG-Brasil): florística e ecologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Machado, Priscila de Souza lattes
Orientador(a): Luizi-Ponzo, Andréa Pereira lattes
Banca de defesa: Menini Neto, luiz lattes, Valente, Emilia de Brito lattes, Caldera, Isabela Crespo lattes, Carvalho, Fabrício Alvim lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ecologia
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5679
Resumo: A Floresta Atlântica é considerada um hotspot de biodiversidade mundial por apresentar altas taxas de endemismos, grande riqueza e abundância de espécies vegetais, incluindo de briófitas (antóceros, hepáticas, musgos). A Floresta Atlântica apresenta heterogeneidade de paisagens incluindo diferentes fitofisionomias. No Parque Estadual do Ibitipoca, a heterogeneidade da Floresta Atlântica se revela em um complexo mosaico de fitofisionomias florestais, arbustivas, campestres e savânicas, que são contínuas umas as outras formando regiões de borda. As bordas podem ser naturais, constituídas pela dinâmica natural de formação do ambiente ou formadas pelo homen que causa impacto ao estabelecer suas atividades. As bordas apresentam modificações na riqueza florística, abundância, densidade e diversidade, processo conhecido como efeito de borda. As hepáticas (Marchantiophyta) são importantes na composição e riqueza da Floresta Atlântica e em estudos sobre a influência da borda por serem organismos bioindicadores. Estudos sobre efeito de borda na composição de especies na Floresta Atlântica Mineira são importantes para a sua conservação. Deste modo, o trabalho foi desenvolvido na área que compreende a Floresta Latifoliada Nebular Perenifólia Tropical Superomontana (Floresta Nebular) do Parque Estadual de Ibitipoca (Minas Gerais, Brasil), também conhecida como Mata Grande, com o objetivo de estudar as hepáticas (Marchantiophyta), através de coletas sistemáticas, identificação das espécies e avaliações ecológicas (agrupamento, One-way ANOSIM, riqueza, abundância, freqüência e tolerância à luz). As coletas foram realizadas nos anos de 2013 e 2014, distribuindo-se 20 parcelas de 5x5m2; a partir da borda em direção ao interior da Floresta Nebular. Os resultados indicam abundância de 1220 espécimes e riqueza de 90 espécies, distribuídas em 29 gêneros e nove famílias. Do total de espécies identificadas, nove são endêmicas do Brasil e oito representam novos registros para o estado de Minas Gerais. A família Lejeuneaceae é a mais rica e abundante. A análise de agrupamento mostra a formação de dois grupos distintos (borda e interior florestal) e a análise One-way ANOSIM atesta que tal diferença é significativa. A riqueza da borda foi de 64 espécies (22 exclusivas). Já no interior florestal, a riqueza foi de 68 espécies (26 exclusivas). A distribuição das classes de frequência, na região da borda apresentou predominância de espécies consideradas raras, seguidas das pouco frequentes, assíduas, muito freqüentes e frequentes. Enquanto as parcelas do interior florestal inverteram a classe pouco frequente por assídua. As espécies foram classificadas em especialistas de sol, de sombra e generalistas e quando comparadas, a distribuição do grupo ecológico de tolerância à luz não mostrou diferenças estatísticas significativas entre a borda e o interior florestal. Ressalta-se o tamanho da floresta estudada (64 ha) como importante para a conservação das briófitas, devido à sua elevada riqueza específica associada à ocorrência de táxons endêmicos para o Brasil.