Pessoas Trans na educação básica no Sul do Estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Salvador, Nayara Rios Cunha lattes
Orientador(a): Almeida, Neil Franco Pereira de lattes
Banca de defesa: Jácome, Alexandre José Pinto Cadilhe de Assis lattes, Bertoldo, Ernesto Sérgio lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11476
Resumo: A presença de alunas/os trans na escola, desencadeia processos de manutenção e/ou de ruptura do padrão da heteronormatividade e da transfobia vigentes na sociedade como um todo e, em especial, nas Instituições de Ensino? Essa foi a questão norteadora desta pesquisa, que objetivou contextualizar as vivências escolares de pessoas trans na Educação Básica na Região Sul do Estado do Rio de Janeiro, mais especificamente nas cidades de Rio das Flôres e Valença; no sentido de identificar como esses sujeitos se percebem e acreditam serem percebidos pela instituição escolar. Neste mesmo trajeto, buscou-se compreender o reflexo do tratamento oferecido pela escola no que diz respeito ao sucesso e ao fracasso escolares de alunas/os trans. A base teórica que sustenta essa investigação se dá no campo das teorias pós-críticas em Educação, sobretudo fundamentada nos princípios da teoria queer, em articulação com aspectos da Análise do Discurso (AD); teorias que nos permitem pensar as sexualidades e o gênero como construções sócio-históricas, nunca determinadas a priori e sempre em constante movimento; que ocorrem, principalmente, através das práticas discursivas. Como metodologia, optou-se pela correlação de fontes bibliográficas e documentais, e do uso de questionário cuja análise foi feita à luz da AD. Foi realizada, ainda, uma entrevista com algumas/uns participantes para aprofundar questões que não foram totalmente elucidadas através do questionário. Participaram desta pesquisa doze alunas e alunos ou ex-alunas/os das cidades de Valença e Rio das Flôres (RJ), que autodenominam-se e compreendem-se como pessoas trans. As/os participantes em questão responderam a um questionário enviado por e-mail ou entregue em mãos. Os relatos construídos a partir das informações disponibilizadas pelos questionários evidenciam um alto índice de repetência, abandono e evasão escolar, principalmente no Ensino Médio, resultado da forma como a escola e suas/seus agentes recebem e tratam as pessoas trans, constituindo uma série de tecnologias que buscam "adequar" corpos e formas de ser à norma cis/heterossexual. Para além disso, foram captados Discursos que posicionam essas pessoas no âmbito da abjeção e do "não-lugar". Não foram encontrados relatos de protagonismo dessas/es alunas/os, porém, houve algumas (poucas) demonstrações de respeito e compreensão, por parte de colegas e da equipe escolar. Por fim, é necessário afirmar o importante número de homens trans envolvidos neste estudo, fato que não se repete na maioria das pesquisas da área e a significativa contribuição que tal fato traz para maiores reflexões sobre a produção das (trans) masculinidades como formas não hegemônicas de ser e estar no mundo.