Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Soares, Mariana Schuchter
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Orientador(a): |
Salgado, Ana Claudia Peters
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Banca de defesa: |
Jung, Neiva Maria
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Oliveira, Roberto Perobelli de
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Jácome, Alexandre José Pinto Cadilhe de Assis
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El-Jaick, Ana Paula Grillo
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6773
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Resumo: |
O objetivo deste trabalho é compreender como a superdiversidade está presente na paisagem sociolinguística da cidade de Juiz de Fora/MG por meio dos grafismos urbanos (grafites e pichações), considerando que, em seus contornos locais, essas manifestações tornaram-se frequentemente plurilíngues – conforme percepção anterior nossa – apresentando fragmentos de línguas diversas. Sob a abordagem qualitativa, por meio de etnografia e etnografia visual, a partir de entrevistas com grafiteiros e pichadores da cidade, bem como de fotografias da paisagem sociolinguística, buscamos demonstrar como a superdiversidade (VERTOVEC, 2007; BLOMMAERT, 2010, 2012, 2013), produto de movimentos migratórios e do desenvolvimento da tecnologia, pode ser vivenciada por meio de repertórios cada vez mais diversificados. Consideramos, neste contexto, que os recursos linguísticos são móveis, assim como as pessoas (KROON, DONG & BLOMMAERT, 2011), e que esses recursos são absorvidos pelo meio ambiente sociolinguístico, adaptados a ele e influenciados por grafias já existentes, formas locais de pronúncia, padrões pragmáticos ou poéticos dominantes etc. (BLOMMAERT, 2012). Buscamos desconstruir, dessa forma, a ideia de que a cidade em questão é monolíngue por meio da observação de sua paisagem, que não é só linguística, mas também social. Nesse sentido, falamos de to language, i.e, de língua como verbo (SHOHAMY, 2006; MAKONY E PENNYCOOK, 2007; GARCÍA, 2009), das práticas que estão nas ruas, longe das instituições que propagam as formas normativas, e que estão muito mais ligadas à agentividade e criatividade linguísticas. As evidências encontradas e registradas (120 fotografias) apontam para a presença de manifestações plurais em línguas diversas (como italiano, latim, espanhol, francês, inglês, entre outras) e de codemeshing (CANAGARAJAH, 2013). Apesar de existirem pichações espalhadas por toda a área de 1.435,664 km2 da cidade, inclusive em bairros periféricos, o estilo delas geralmente se difere do Rio de Janeiro, de São Paulo e de Belo Horizonte. Em vez de códigos, i.e., símbolos gráficos do tag reto, encontramos, em Juiz de Fora, com mais frequência, pichações em forma de palavras que podem facilmente ser lidas por um leigo, por alguém que está fora da “cultura do spray”. Neste contexto, além de “agredir a sociedade”, a pichação também “se comunica” com ela. A ideia é protestar sim (uma vez que a propriedade privada é utilizada), mas também compartilhar ideias e marcar presença na cidade. |