O profissional da APS e as substâncias de abuso: o papel da capacitação na rotina da assistência

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Souza, Isabel Cristina Weiss de lattes
Orientador(a): Ronzani, Telmo Mota lattes
Banca de defesa: Lacerda, Roseli Boerngen de lattes, Silva, Girlene Alves da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3022
Resumo: Introdução: Entre 10% a 20% dos pacientes tratados em Atenção Primária à Saúde (APS) fazem uso de álcool em níveis considerados de risco. Para que ações de prevenção sejam desenvolvidas neste nível de atenção, é fundamental a capacitação das equipes, segundo o Ministério da Saúde. Porém muitas são as barreiras que podem impedir a adoção de um procedimento na prática de rotina. Objetivo: o presente estudo procurou avaliar práticas de prevenção ao uso de risco de álcool e outras drogas adotadas entre enfermeiros da APS capacitados em modalidades presencial, à distância e profissionais não capacitados, assim como os possíveis entraves neste processo. Método: Os dados foram coletados durante os meses de outubro e novembro de 2008, através de entrevistas com sete enfermeiras que atuam na APS, sendo a análise de conteúdo o procedimento analítico adotado, que nos possibilitou a eleição de seis temas: capacitação; práticas; atitudes; crenças sobre álcool e outras drogas; conhecimentos específicos sobre tratamentos para álcool e outras drogas; sentimentos envolvidos ao lidar com o tema álcool e outras drogas. Resultados: Os resultados nos remetem à necessidade de um espaço de discussão permanente subsequente às capacitações, que serviria de reforço, a médio prazo, para a capacitação, podendo contribuir para identificação das dificuldades dos profissionais, troca de experiências, aumentando o senso de autoeficácia para lidar com esta demanda. No entanto, um possível efeito positivo da capacitação foi sentido entre os grupos treinados, uma vez que estes não deram ao problema álcool e outras drogas a conotação moral dada pelo grupo não treinado, o que pode representar uma abertura a ações educativas futuras. Considerações finais: Ainda prevalece a subutilização de práticas baseadas em evidência no tocante a álcool e outras drogas entre as profissionais, corroborando a literatura que aponta, no Brasil, ações de saúde mental, como um todo, estando descontextualizadas com a prática sanitária. Assim como mostrou ser ainda prevalente a lógica de encaminhamentos, referência e contra-referência.