O cuidado de usuários de álcool e outras drogas na APS: reflexões sobre as práticas e percepções de agentes comunitários na perspectiva da redução de danos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Souza, Fabiana Érica de lattes
Orientador(a): Ronzani, Telmo Mota lattes
Banca de defesa: Vecchia, Marcelo Dalla lattes, Fraga, Paulo Cesar Pontes lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4225
Resumo: Introdução: Além das implicações que o uso abusivo de substâncias psicoativas pode ocasionar para a vida das pessoas, há um conjunto de crenças e percepções dos profissionais de saúde que pode contribuir para o aumento das barreiras relacionadas ao acesso e vinculação dos usuários de álcool e outras drogas aos serviços de saúde existentes. Estudos apontam que a capacitação dos profissionais da atenção primária para a compreensão do contexto em que se situa o usuário e o uso de drogas é uma das necessidades para o alcance do cuidado integral a este público alvo. Objetivos: Este estudo visa analisar os saberes e práticas de agentes comunitários de saúde (ACS) capacitados pelo Projeto Caminhos do Cuidado, direcionados a usuários de álcool e outras drogas à luz da estratégia de redução de danos. Método: Esta pesquisa utilizou o método qualitativo, realizando entrevistas semi-estruturadas como fonte de coleta de dados e análise de conteúdo para a sistematização dos dados. Foram entrevistados seis ACS, atuantes em equipes da Estratégia Saúde da Família (ESF) do município de Ubá, MG. Resultados: Os dados demonstram que mesmo aqueles profissionais que conhecem o conceito de redução de danos e relatam a possibilidade de utilizar-se desta abordagem para o cuidado de usuários de álcool e outras drogas no contexto da atenção primária, não conseguem ofertar cuidados que se aproximam desta estratégia. Isto ocorre uma vez que os entrevistados não respeitam a liberdade de escolha, pautam-se pelo proibicionismo e pelo ideal de abstinência. Esta dificuldade prática em desenvolver o cuidado baseado nesta abordagem se relaciona com a percepção moralizante sobre o uso de drogas, sua associação ao crime e o foco na possibilidade de se extinguir o uso de drogas das sociedades. Considerações finais: A adesão às práticas pautadas na abordagem de redução de danos passa pela discussão do papel das drogas na sociedade, estando relacionada à percepção que os profissionais possuem do uso e do usuário de drogas. Para avançar em direção a este cuidado na atenção primária é necessário investir em práticas de matriciamento que podem e devem ser ofertadas pelos Núcleos de Apoio à Saúde da Família, pelos CAPS e demais equipes, de forma a redefinir as práticas dos profissionais de maneira permanente.