Aspectos clínico-epidemiológicos dos tumores mamários triplo negativos em uma população brasileira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Gonçalves Júnior, Homero lattes
Orientador(a): Teixeira, Maria Teresa Bustamante lattes
Banca de defesa: Silva, Gulnar Azevedo e lattes, Vitral, Geraldo Sérgio Farinazzo lattes, Arantes Júnior, João Carlos lattes, Cintra, Jane Rocha Duarte lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7240
Resumo: O tratamento do câncer de mama baseia-se na classificação dos casos, em termos de estadiamento e do perfil biomolecular. Os Tumores Triplo Negativos (TTN) representam um grupo especial de neoplasias mamárias que não expressam receptores hormonais e nem o antígeno Her2. São considerados agressivos e de pior evolução, e quando estudados em particular, apresentam muita heterogeneidade. Importa saber se a caracterização dos tumores como Triplo Negativos, é suficiente para delimitar o grupo em termos de prognóstico e terapêutica. Este estudo teve como objetivo comparar os aspectos clínico-epidemiológicos dos Tumores Triplo Negativos em relação aos Não Triplo Negativos, em coorte de mulheres com câncer de mama assistidas em centros oncológicos de referência de Juiz de Fora, Minas Gerais. A sobrevida global e a sobrevida livre de doença foram calculadas pelo método de Kaplan Meier, e as curvas de sobrevida foram avaliadas pelo teste de Log-Rank, nos subgrupos Triplo Negativos e Não Triplo Negativos (NTN). Os fatores prognósticos foram comparados pelo modelo de riscos proporcionais de Cox. Os Tumores Triplo Negativos apresentaram diferenças demográficas em relação aos NTN, com acúmulo de pacientes não brancas e de baixo nível sociocultural; e ainda com aspectos de maior gravidade ao diagnóstico. A evolução também foi pior, tanto em termos de sobrevida global quanto sobrevida livre de doença dentre os TTN. Na análise univariada, os fatores: idade, cor da pele, escolaridade, tamanho do tumor e grau tumoral, estado das axilas e estadiamento, bem como taxas elevadas dos marcadores P53 e Ki 67, se mostraram associados a sobrevida livre de doença nos Tumores Não Triplo Negativos. No cálculo da sobrevida global, essas variáveis se mantiveram, exceto a idade; e foi constatado maior risco para as mulheres oriundas do serviço público de saúde, bem como o surgimento de metástases no decurso do seguimento. Para os Triplo Negativos, a análise univariada mostrou influência do estado axilar e estadiamento na sobrevida livre de doença; e os mesmos fatores acrescidos do surgimento de metástases, para a sobrevida global. Na análise multivariada a escolaridade e o estado axilar representaram risco à sobrevida livre de doença para NTN, enquanto a cor da pele e o estadiamento para a sobrevida global. Quanto aos TTN, sua evolução se mostrou ligada a dois aspectos: o comprometimento axilar para sobrevida livre de doença e global; e também a multicentricidade para a sobrevida global. Os Tumores Triplo Negativos aparentam ter biologia bem diversa dos Não Triplo Negativos, na dependência dos componentes histológicos e moleculares que portam. A classificação molecular por imunoistoquímica se mostrou capaz de identificar os dois grupos tumorais e auxiliar na orientação terapêutica.