Estudo da modulação autonômica da freqüência cardíaca de pacientes portadores de doença renal crônica em tratamento conservador

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Oliveira, Carlos Alberto de lattes
Orientador(a): Paula, Rogério Baumgratz de lattes
Banca de defesa: Bastos, Marcus Gomes lattes, Malachias, Marcus Vinicius Bolívar lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4579
Resumo: As doenças cardiovasculares são as principais causas de morbidade e mortalidade em indivíduos com doença renal crônica (DRC). Esses achados se devem à presença de múltiplos fatores de risco para aterosclerose como o diabetes mellitus, a dislipidemia, a hipertensão arterial e a hipertrofia ventricular esquerda, bem como de fatores não tradicionais como mediadores inflamatórios, anemia e calcificação vascular. Além desses, a disfunção do sistema nervoso autônomo (SNA) tem sido associada à maior prevalência de arritmias cardíacas e de morte súbita nessa população. Objetivo: no presente estudo, avaliou-se a variabilidade da freqüência cardíaca (VFC) através da análise espectral pelo sistema holter, em repouso e sob estresse postural passivo em pacientes renais crônicos sob tratamento conservador. Casuística e métodos: foram avaliados 32 pacientes renais crônicos em tratamento conservador nos estágios 3, 4 e 5 (grupo DRC) e 14 voluntários saudáveis (grupo CON). Todos os indivíduos foram submetidos à avaliação cardiológica, com realização de eletrocardiograma e de ecodopplercardiograma, seguidos da análise da VFC. Para tanto, foi feito o registro contínuo da freqüência cardíaca através do sistema holter, durante dois períodos de 20 minutos, em decúbito dorsal (período pré-inclinado) e em estresse postural passivo a 70º (estresse ortostático). A VFC foi obtida através da análise espectral das variáveis de baixa freqüência normalizada (LFnu), de alta freqüência normalizada (HFnu), indicativas da modulação simpática e parassimpática, respectivamente, além da razão LFnu/HFnu, indicativa do balanço simpático-vagal.Análise estatística: as variáveis foram testadas usando-se o teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, que mostrou condição de não-normalidade dos dados obtidos pela análise espectral. Desse modo, as hipóteses de igualdade dos valores foram analisadas pelos testes não-paramétricos de Mann-Whitney, Wilcoxon e Kruskal-Wallis. Para variáveis normais utilizou-se o teste T Student e ANOVA. Para avaliar a correlação entre a filtração glomerular estimada e a razão LFnu/HFnu em pacientes com DRC, usou-se o coeficiente de correlação linear de Spearman. Os resultados foram expressos em média (X) ± desvio-padrão (DP). Um valor de p menor ou igual a 0,05 foi considerado significativo. Resultados: no período pré-inclinado não foram observadas diferenças significativas das variáveis analisadas entre os grupos DRC e CON. No entanto, após a inclinação, a variável LFnu foi menor (73±13,0 versus 84,5±8, p<0,05), a variável HFnu foi maior (26,5±13,0 versus 15,4±8,1, p<0,05), enquanto a razão LFnu/HFnu foi significativamente menor (3,3±1,3 versus 7,9±5,6, p<0,05) no grupo DRC comparado ao grupo CON. A comparação entre os pacientes com DRC nos estágios 3,4 e 5, no período pré-inclinado não mostrou diferenças significativas das variáveis LFnu, HFnu e razão LFnu/HFnu. Entretanto, durante o período inclinado, os pacientes do estágio 5 apresentaram LFnu menor, HFnu maior e razão LFnu/HFnu menor que pacientes no estágio 3 (66,9±12,9 versus 78,5±5,2; 33,1±13,0 versus 21,5±5,2; e 2,4±1,2 versus 3,9±1,2; respectivamente) (p<0.05). Conclusão: Pacientes com DRC em tratamento conservador apresentam disautonomia cardíaca que piora com a redução do ritmo de filtração glomerular.