Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2010 |
Autor(a) principal: |
Chaves, Bruna Silveira
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Orientador(a): |
Mourão, Ludmila
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Banca de defesa: |
Brito, Leandro Teófilo de
,
Santos, Thais Emilia de Campos dos
,
Neves, Clara Mockdece
,
Ferreira, Maria Elisa Caputo
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação Física
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Departamento: |
Faculdade de Educação Física
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16641
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Resumo: |
Intersexo é o termo usado para designar variedades de condições congênitas em que a anatomia não se conforma com o padrão de masculinidades e feminilidades entendidos como típicos para homens e mulheres (Pires, 2015). As pessoas com variações intersexo desestabilizam os padrões normativos que fundamentam a sociedade. Assim, a sociedade não reconhece o intersexo como mais uma variação sexual, mas como condição patológica, resultando numa vida marcada por um governamento e gestão de seus corpos para que eles possam se adequar à norma binária de definição de sexo/gênero. No cenário esportivo em que a separação dos sexos é entendida como uma questão fundamental, em nome da igualdade de condições – fairness – os corpos, em especial os corpos intersexo, que borram as fronteiras entre o masculino e o feminino, e ameaçam o funcionamento e a manutenção das estruturas patriarcais, são investigados e por vezes, cassados das competições. Assim, a pesquisa teve, como objetivo principal, investigar os processos de subjetivação de atletas intersexo a partir da inserção, trajetória e acometimentos de suas carreiras esportivas. Para isso, o trabalho buscou trazer narrativas de atletas intersexo do nível amador que pudessem dialogar com os casos das atletas intersexo do alto rendimento expostos pela mídia e literatura, com as relações que emergem da prática, ao longo dos anos, de políticas de verificação de sexo/gênero e de regulamentos de elegibilidade feminina com hiperandrogenismo. Como caminhos metodológicos, a pesquisa qualitativa, de caráter interpretativo, trouxe um olhar interseccional para refletir os marcadores sociais e utilizou a técnica de triangulação de dados para analisar a documentação, a literatura, as reportagens da mídia sobre os casos de atletas intersexo e as entrevistas. A amostra contou com a colaboração de quatro pessoas intersexo, duas ex-atletas e duas atletas nas práticas esportivas em nível amador. A entrevista semiestruturada teve seu roteiro elaborado segundo os princípios da História oral temática. A análise dos dados levantados na pesquisa, foram tratados à luz da análise de conteúdo de Bardin e resultaram em textos descritivos sobre a história de vida de cada pessoa entrevistada, e em cinco categorias analíticas, sendo elas: construção da identidade intersexo; representação do esporte na vida da pessoa intersexo; a gestão do corpo intersexo pelas práticas esportivas; lugar da pessoa intersexo atleta no esporte; direito de ser da pessoa intersexo. As contribuições de cada categoria e o seu entrelaçamento possibilitou entender a importância de desconstruir os padrões sociais e culturais que regem o mundo, em especial no campo da sexualidade, para que pessoas com corporalidades diversas possam existir e ganhar legitimidade e pertencimento. No esporte, a gestão dos corpos não é pautada no desempenho, mas nas suas corporalidades e a manipulação dos corpos atletas, em especial os com hiperandrogenia, figura-se como violência que se apoia em regimes de verdades e práticas discursivas. O esporte ainda se configura um lugar de exclusão para as pessoas intersexo, que precisam manter sua condição velada para que possam continuar na prática. É urgente e necessário (re)conhecer o sujeito intersexo como uma identidade tão legitima quanto às existentes. |