Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Fontana, Ana Carolina
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Orientador(a): |
Weiss, Denise Barros
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Banca de defesa: |
Abritta, Carolina Scali
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Teixeira, Luciana
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Chaves, Idalena Oliveira
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Rocha, Carol Martins da
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Letras: Linguística
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Departamento: |
Faculdade de Letras
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16477
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Resumo: |
Este estudo investiga a correlação entre as abordagens dos professores de português como língua materna em relação aos erros de escrita de alunos estrangeiros e brasileiros e suas percepções sobre esses erros. Isso levanta questões sobre as expectativas linguísticas para nativos brasileiros versus estrangeiros. A pergunta central é: Os professores têm percepções divergentes sobre desvios na escrita do português em textos de alunos brasileiros e estrangeiros? A partir da pergunta de pesquisa, delimitamos nosso objetivo geral: verificar como os professores de português como língua materna analisam textos de alunos estrangeiros e brasileiros em termos de ocorrências de desvios no português escrito. Quanto aos objetivos específicos, buscamos compreender como os professores percebem as discrepâncias entre a escrita de um brasileiro e a de um estrangeiro, bem como como essas percepções influenciam suas abordagens de correção, as quais podem variar entre mais rigorosas ou mais flexíveis. A hipótese levantada juntamente com a pergunta de pesquisa foi a de que os professores devem possuir um olhar diferenciado para esses dois grupos de alunos. Utilizamos como conceitos-chaves os trabalhos de Saussure (2012 [1916]), Possenti (1996) e Signorini (2006) quando discorremos sobre as diferentes visões de língua. Empregamos também trabalhos sobre “erro” e “inadequações” de Monteiros (2016 [1999]), Simon (2004), Camara Jr. (1984), Possenti (1996), Zaczek (2012), Hymes (1972), entre outros. Por fim, abordamos a compreensão do termo "estigma", com Goffman (2021 [1988]) como nossa fonte de referência. Utilizamos uma abordagem predominantemente qualitativa para explorar dados em contextos naturais, permitindo compreender os significados atribuídos pelos envolvidos (DENZIN; LINCOLN, 1994). A coleta de dados ocorreu em três fases. Na primeira, selecionamos nove textos de alunos brasileiros e estrangeiros (provenientes de línguas próximas e distantes do português). Na segunda fase, 13 professores de português avaliaram nove textos, cada um de um grupo de alunos diferente. A terceira fase consistiu em entrevistas não estruturadas com duas professoras para triangular as respostas dadas no formulário. Os resultados mostraram diferenças na avaliação aplicada aos textos de alunos que aprendem o português de formas diversas, bem como nas abordagens dos professores. Ao longo da análise, observamos que a visão dos professores em relação ao termo "erro" era diversificada, abrangendo desde "erros intralinguais" até considerações da norma culta. O termo "inadequação" frequentemente se referia a variações linguísticas, enquanto "desvio" era utilizado para descrever ocorrências gramaticais que não prejudicavam a compreensão do texto. Outros termos, como "equívoco," "problema," "deslize," "incorreto," “incoerente" e "diferença," foram usados de forma intercambiável. Essa diversidade de perspectivas destaca a complexidade da avaliação da escrita dos alunos. |