Charcot e a Escola da Salpêtrière: a afirmação de uma histeria neurológica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Schmidt, Eder lattes
Orientador(a): Simanke, Richard lattes
Banca de defesa: Pereira, Mário Eduardo Costa lattes, Facchinetti, Cristiana lattes, Ribeiro, Mário Sérgio lattes, Noé, Sidnei Vilmar lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Psicologia
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6075
Resumo: Na literatura especializada sobre a história da histeria, a carreira do neurologista francês Jean-Martin Charcot (1825-1893), chefe do serviço de patologias do sistema nervoso no hospital da Salpêtrière, em Paris, é comumente descrita como uma progressão a partir de importantes equívocos iniciais na compreensão do quadro histérico, até uma tardia antecipação das concepções psicanalíticas. A tese ora apresentada é a de que a leitura de sua obra sobre a histeria não autorizaria tal afirmativa: a noção charcotiana da doença se manteve plenamente inserida no campo da clínica do sistema nervoso. Em outras palavras, não é possível identificar no texto de Charcot nenhuma pretensão de aproximar a histeria da esfera das doenças mentais. Foi realizada uma revisão cronológica de sua obra referente à histeria, empreendendo-se uma análise de sua abordagem do quadro a partir da lógica interna dos conceitos que a fundamentaram. Os escritos do autor se constituíram como a fonte primária e principal para esta pesquisa. Foram também utilizados como fontes, textos de seus principais colaboradores, e de comentadores que se dedicaram à sua biografia e à sua obra. Os anos de 1870 e 1893 demarcaram o recorte temporal do presente estudo, precedido por um exame das teorias anteriores formuladas a respeito da histeria, desde sua compreensão como uma alteração do cérebro e dos nervos, até ser tomada por Charcot como objeto de interesse científico. A conclusão é a de que, na obra de Charcot, os fenômenos histéricos são sistematicamente remetidos à neuroanatomia e à neurofisiologia. Os novos conhecimentos expressos por ele nas teorizações referentes à doença se mantêm consistentemente dentro dos limites da neurologia