Telerreabilitação para indivíduos com doença pulmonar obstrutiva crônica no Brasil: um estudo de viabilidade
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Reabilitação e Desempenho Físico-Funcional
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Departamento: |
Faculdade de Fisioterapia
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2022/00016 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13795 |
Resumo: | INTRODUÇÃO: A telerreabilitação pode favorecer a oferta de atendimento a indivíduos em seu próprio domicílio e em centros de saúde localizados remotamente. Apesar de evidências internacionais preliminares demonstrarem que estratégias de telerreabilitação pulmonar possuem efeitos positivos em indivíduos com doenças respiratórias crônicas, como a Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), nenhum estudo que demonstre sua viabilidade no Brasil foi realizado. OBJETIVOS: Os objetivos deste estudo foram avaliar a viabilidade da telerreabilitação pulmonar em indivíduos com DPOC quanto à aceitação, à implementação, à praticidade e à adaptação para a população brasileira. MATERIAIS E MÉTODO: Este é um estudo observacional, transversal e de viabilidade com métodos quantitativos e qualitativos realizado com participantes com diagnóstico de DPOC estáveis clinicamente. Foram obtidos dados sobre a função pulmonar, a dispneia, as repercussões da doença, o nível econômico e o nível de atividade física. Foi realizada uma sessão simulada de telerreabilitação em ambiente laboratorial. Após a sessão simulada, foram aplicados os questionários para avaliar os aspectos da viabilidade e uma entrevista qualitativa semiestruturada. RESULTADOS: Trinta e um participantes foram incluídos no estudo (idade: 62±10 anos, VEF1predito=72,2±14,1, mulheres= 19 (61,2%). Todos os participantes foram capazes de completar o protocolo da sessão de telerreabilitação simulada. Destes, vinte e três participantes (74,2%) obtiveram pontuação acima de sessenta e oito na escala de Usabilidade do Sistema (SUS). Além disso, à avaliação da implementação e praticidade do sistema, a maioria da pontuação atingida nos respectivos questionários foi de valores maiores que 4 pontos (1=discordo totalmente e 5=concordo totalmente) para a maioria das afirmações. A análise de conteúdo para o aspecto adaptação demonstrou um total de 9 domínios relacionados ao uso em ambiente domiciliar, incluindo complementos do sistema de telerreabilitação e melhora do conforto durante a execução da tarefa no cicloergômetro. A maioria dos participantes (n = 26, 84%) ficou satisfeita e não sugeriu adaptações do sistema de telerreabilitação pulmonar para uso em seu domicílio. Melhor aceitabilidade do sistema de telerreabilitação pulmonar na escala SUS esteve associada à idade mais jovem (r=-0,57, p=0,001), a menor repercussão clínica da doença (r=-0,38, p=0,04) e à maior escolaridade (r=0,50, p=0,005). Não foram identificadas relações significantes entre a aceitabilidade e as demais variáveis. CONCLUSÃO: O sistema de telerreabilitação utilizado possui adequada aceitabilidade, praticidade, pode ser implementado e adaptado para o uso do paciente em ambiente 6 domiciliar. A idade mais jovem, o menor impacto da DPOC e um maior nível educacional estão associados a maior aceitabilidade da telerreabilitação pulmonar em indivíduos com DPOC. Esses achados sugerem que a telerreabilitação para indivíduos com DPOC residentes no Brasil é viável. |