Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Monteiro, Douglas Tomácio Lopes
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Orientador(a): |
Cunha Junior, Carlos Fernando Ferreira da
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Banca de defesa: |
Lemos, Daniel Cavalcanti de Albuquerque
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Rocha Júnior, Coriolano Pereira da
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Educação
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Departamento: |
Faculdade de Educação
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3701
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Resumo: |
No profícuo diálogo entre os campos da história e da literatura, este trabalho se formou. Nele, buscamos empreender um estudo em torno da história da educação nos inícios do século XX, mais precisamente naquela circunscrita entre os anos de 1916 e 1921, no interior do Colégio Pedro II (CPII), localizado na cidade do Rio de Janeiro. Para tanto, utilizamo-nos dos escritos de Pedro Nava, memorialista juiz-forano que, em suas obras, oferece-nos importantes relatos sobre os processos educativos engendrados no interior da supracitada instituição, em especial na obra “Chão de Ferro”, fonte maior desta pesquisa. Por sua narrativa literária tangenciando o “verossímil”, fruto da opção pelo escrito de memórias, e por considerarmos o fato de ser ela embebida da realidade que a circunscreve, estando, pois, impregnada dos aspectos sociais, conjunturais e biográficos do espaço-tempo de sua produção, a fonte neste trabalho utilizada, histórica, literária, foi analisada sob seus aspectos intrínsecos e extrínsecos. No trabalho dialogamos, ainda, com os conceitos de memória e, destacadamente, de cultura escolar, visto a amplitude que este comporta e sua importância na análise dos matizes educacionais percebidos nesses “Chãos de ferro” da história da educação, matizes que nos ofereceram importantes pistas sobre os sentidos e conteúdos da formação no interior do colégio investigado, aqui evidenciadas por meio do exame acerca dos sujeitos, das relações ali estabelecidas e dos espaços a ele circunscritos; e que, assim acreditamos, nos permitem um diálogo mais abrangente com a realidade educativa daquele tempo e do nosso. Através da pesquisa, percebemos que o “modelar” CPII, elitizado desde sua gênese, tanto em seus tempos imperiais, quanto naqueles republicanos, respeitando o corte temporal aqui descrito, constituiu-se como importante produtor e produto da realidade em que se inseria, fazendo-se notável, e inspirador, no cenário educativo brasileiro, ainda que basilado estivesse em discursos que corroboravam com um processo de ensino/aprendizagem descrito, dentre outros, por constantes apelos à ordem, à moral, à supremacia masculina, ao castigo dos corpos, à desconsideração dos anseios discentes; elementos que, embora comuns em outros espaços, configuravam-se de modo singular na cultura escolar ali (des)construída cotidianamente nos processos de aceitação e resistência. Enfim, o trabalho, desde sua concepção, aponta para uma investigação que tem na literatura uma importante fonte a resignificar o conhecimento histórico produzido, inclusive no campo da história da educação, interesse maior da investigação aqui proposta. |