A influência do ambiente e do espaço na composição de microrganismos aquáticos presentes em bromélias-tanque (Portea petropolitana)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Campos, Suênia Cristine lattes
Orientador(a): Amado, André Megali lattes
Banca de defesa: Farjalla, Vinicius Fortes lattes, Dias, Roberto Júnio Pedroso lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11892
Resumo: Bromélias-tanque são modelos de microcosmos aquáticos que além de fornecerem abrigo, água e nutrientes para fauna, são considerados hotspots da biodiversidade. A ampla variação da diversidade biológica entre os tanques de bromélias e o entorno, destaca a importância desse ecossistema na manutenção da biodiversidade em diferentes escalas. Para entender os processos que regulam a estrutura das comunidades aquáticas em bromélias-tanque, foram realizados dois estudos. O primeiro objetivando avaliar a influência das variáveis ambientais e das estações seca e chuvosa na estrutura e composição da comunidade de bactérias heterotróficas, de ciliados e macroinvertebrados de tanques de bromélias do Jardim botânico da UFJF, MG, Brasil. Foram coletadas amostras de água e microrganismos de 12 bromélias da espécie Portea petropolitana localizadas no Jardim Botânico (JB) da UFJF, em dois períodos (março e julho de 2019). No campo foram mensurados altura da bromélia, abertura do dossel acima da planta, a temperatura na água dos tanques, coloração, volume e diâmetro do copo central, e a concentração de carbono, nitrogênio e fósforo dissolvidos. No segundo estudo foi avaliada a influência do espaço na distribuição das espécies de microrganismos nos tanques das bromélias. Para isso, além das variáveis ambientais e das comunidades aquáticas de vinte bromélias-tanque, foram obtidos os valores da distância de cada bromélia até o lago do JB (potencial fonte dispersora de organismos). A comunidade bacteriana foi investigada pela abordagem da diversidade citométrica. Os ciliados e macroinvertebrados foram identificados e quantificados ao nível de família. Para analisar a influência dos processos determinísticos e estocásticos na distribuição dos organismos, foram utilizados índices de diversidade alfa (Shannon) e beta (Whittaker e Bray Curtis), nas Análises de Regressão Linear Simples, Teste t de Student, e Análise de covariância (ANCOVA). No segundo estudo, para cada comunidade, foi utilizada uma análise de regressão linear múltipla e seleção dos modelos mais parcimoniosos pelo Critério de Informação de Akaike (AIC). As análises foram realizadas no software GraphPad Prism 8.2.1, PAST 326 e R 3.6.0. Foram encontradas associações dos macroinvertebrados com o volume de água dos tanques e o carbono orgânico dissolvido enquanto os ciliados foram regulados pelo nitrogênio dissolvido. As estações seca e chuvosa não afetaram diretamente as comunidades de ciliados e invertebrados, apenas a comunidade bacteriana, ao mesmo tempo que modificou a estrutura da matéria orgânica que regula as comunidades, indicando que funcionou como filtro para os macro e microrganismos. Já a distribuição dos grupos de bactérias foi pouco explicada por fatores ambientais sugerindo o predomínio dos processos estocásticos na estruturação desse grupo. Concluímos que a força dos eventos aleatórios e determinísticos nas comunidades biológicas depende da plasticidade dos organismos em função dos períodos de seca e chuva.