Avaliação da atividade antifúngica in vitro das folhas de Xylosma ciliatifolia (Clos) Eichler (Salicaceae) frente a linhagens de Cryptococcus gattii e Cryptococcus neoformans

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Folly, Mariany Lopes da Costa lattes
Orientador(a): Lang, Karen Luise lattes
Banca de defesa: Costa, Marliete Carvalho lattes, Pieri, Fabio Alessandro lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora - Campus Avançado de Governador Valadares
Programa de Pós-Graduação: Programa de Multicêntrico de Pós-Graduação em Bioquímica e Biologia Molecul
Departamento: ICV - Instituto de Ciências da Vida
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/6831
Resumo: O constante aumento da incidência de doenças fúngicas oportunistas tem se tornado um importante problema de saúde pública, principalmente após o advento da SIDA quando o número de indivíduos imunocomprometidos aumentou drasticamente. A criptococose é uma importante micose sistêmica causada por fungos do gênero Cryptococcus, com estimativa global de um milhão de novos casos e aproximadamente 600.000 mortes por ano. As opções terapêuticas atuais de criptococose são restritas, tanto pelo aumento da resistência dessas leveduras frente aos fármacos utilizados quanto pela elevada toxicidade dos antifúngicos para o organismo humano sendo necessária a busca contínua por novas entidades químicas para o tratamento de infecções. Nesse contexto, os produtos naturais e derivados constituem uma fonte inestimável de substâncias com potencial biológico. Xylosma ciliatifolia, popularmente conhecida como sucará, é uma árvore semidecídua, nativa do Brasil, podendo também ser encontrada em outros países. O presente trabalho avaliou a atividade antifúngica das folhas de X. ciliatifolia, in vitro, frente à C. gattii e C. neoformans. Foi determinada a CIM do extrato etanólico e das frações hexano, diclorometano, acetato de etila, butanol e resíduo aquoso. A fração acetato de etila (FAXC) apresentou atividade promissora e foi selecionada para os ensaios subsequentes. Através do ensaio de atividade fungicida/fungistática observou-se que FAXC possui ação fungicida. No ensaio de interação com fluconazol e anfotericina B, in vitro, não foi observada interferência na ação dos fármacos e o ensaio de curva de morte demonstrou que FAXC apresenta um comportamento dose dependente. FAXC não alterou o valor de CIM na presença de sorbitol, indicando que sua ação possivelmente não se dá diretamente através de parede celular. Através da quantificação de ergosterol foi possível observar que FAXC interfere na biossíntese do esteroide, podendo esse ser um dos mecanismos de ação. Foi avaliada a produção de EROs e PRNs nas células fúngicas pela emissão de fluorescência e após tratamento com FAXC houve um aumento da produção de peroxinitrito, que causa danos celulares. Foram medidos os produtos da peroxidação lipídica como substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), onde evidenciou-se a peroxidação lipídica nas membranas celulares fúngicas em uma maior concentração. O tamanho do diâmetro celular e cápsula de Cryptococcus foi avaliado através da comparação da contagem de células tratadas e não tratadas coradas com a tinta da índia. Após exposição à concentração equivalente à metade da CIM o diâmetro celular diminuiu sugerindo uma tentativa de defesa, mas não houve alteração no tamanho da cápsula. A carga da superfície celular foi avaliada por potencial zeta que também não demonstrou alteração. A interação entre FAXC e os fungos, avaliada por ITC, é provavelmente fraca como as interações não polares. Por fim, verificou-se pelo ensaio colorimétrico de MTT, que FAXC não apresenta citotoxicidade nas concentrações ativas, sendo esta dose dependente.