Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Nishikawa, Marília Martins |
Orientador(a): |
Lázera, Márcia dos Santos,
Leite, Paola Cardarelli |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/49268
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Resumo: |
A criptococose é micose cosmopolita causada pelas leveduras Cryptococcus neoformans e C. gattii. O C. neoformans tem caráter predominante oportunista, constituindo importante causa de meningoencefalite e morte em pacientes aidéticos em todo o mundo. O C. gattii é um agente de micose sistêmica em indivíduos aparentemente normais, sendo endêmico nas regiões norte e nordeste do Brasil, atingindo crianças e indivíduos jovens, HIV-negativos e ocorrendo esporadicamente nas demais regiões. O aparecimento de resistência aos antifúngicos utilizados durante o tratamento de criptococose entre cepas de C. neoformans e C. gattii é uma questão preocupante e importante. Avaliou-se a sensibilidade in vitro aos antifúngicos anfotericina B (AMB), 5-flucitosina (5FC), itraconazol (ICZ), fluconazol (FCZ) e voriconazol (VCZ) em 99 cepas clínicas e 10 ambientais de C. neoformans, e em 61 cepas clínicas e seis ambientais de C. gattii, todos isolados da região norte do Brasil. Utilizou-se o método de microdiluição em caldo M27-A3, padronizado pelo CLSI para determinação dos valores de CIM e dois métodos comerciais Etest e Vitek 2. A resistência para AMB foi 2% (2/99) e 6,56% (4/61) em cepas clínicas de C. neoformans e C. gattii respectivamente. A sensível dose dependente (S-DD) foi observada para 5FC 18% (11/61), ICZ 75,4% (46/61) e FCZ 22,9% (14/61) em cepas clínicas de C. gattii. As cepas ambientais de C. neoformans foram sensíveis aos antifúngicos testados, enquanto que nas cepas ambientais de C. gattii a resistência para AMB foi de 33,3% (2/6), S-DD para ICZ 50% (3/6) e para FCZ 16,6% (1/6). A Concordância Essencial (EA) observada para os valores de CIM obtidos pelo CLSI e Etest foi para AMB 1% (p<0,0001) significativamente diferente, e para ICZ, FCZ e VCZ a EA foi de 95% ± 2 em cepas clínicas de C. neoformans e C. gattii. Para os valores de CIM obtidos pelo CLSI e VItek 2, a EA foi para AMB 100%, para 5FC foi 26,5% (p<0,0004) significativamente diferente em cepas clínicas de C. neoformans e C. gattii, foi para o FCZ 62,2% para C. neoformans e 91,8% para C. gattii e não foi determinada para VCZ nas cepas estudadas. Observou-se em cepas clínicas de C. neoformans que a Concordância Categórica (CC) entre os valores de CIM obtidos pelo CLSI e Etest foi para AMB 98% e pelo CLSI e Vitek 2 foi 99%. A CC para FCZ foi 100% entre as metodologias comparadas. Observou-se em cepas clínicas de C. gattii que a CC entre os valores de CIM obtidos pelo CLSI e Etest foi para AMB 93.4% e para FCZ 67,2%. A CC obtida pela comparação CLSI e Vitek para C. gattii foi para AMB 95% e para FCZ 77%. A diversidade genética foi estudada por AFLP em outras 52 cepas de C. neoformans, sendo 44 de origem clínica e oito ambientais, e 30 cepas de C. gattii, sendo 26 de origem clínica e três ambientais, oriundas de diferentes estados do Brasil. Os genótipos AFLP1 (86,6%), AFLP1A (7,7%), AFPL2 (3,8%) e AFLP3 (1,9%) foram observados em cepas de C. neoformans e AFLP4 (10%), AFLP5 (6,67%) e AFLP6 (80%) ocorreram em cepas de C. gattii. Foram expressos fenotipicamente os fatores de virulência: termotolerância, produção de cápsula, fosfolipase extracelular e de melanina em todas as cepas de C. neoformans e C. gattii preservadas na Coleção de Culturas e utilizadas neste estudo. Foi observada resistência para AMB em cepas clínicas de C. neoformans e para AMB e FCZ em cepas clínicas e ambientais de C. gattii, indicando a circulação dessas cepas resistentes no ambiente na região norte do Brasil. O Eteste não identificou resistência in vitro para AMB. O Vitek 2 não determinou o valor de CIM para VCZ nas cepas de C. neoformans e C. gattii analisadas. A evidência de resistência aos antifúngicos implica no estabelecimento de ações para o seu monitoramento e influencia protocolos de utilização de drogas antifúngicas in vitro. |