Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Marcela Oliveira Souza
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Orientador(a): |
Salimena, Anna Maria de Oliveira
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Banca de defesa: |
Vargens, Octavio Muniz da Costa
,
Paiva, Andyara do Carmo Pinto Coelho
,
Amorim, Thais Vasconselos
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Enfermagem
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Departamento: |
Faculdade de Enfermagem
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/7090
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Resumo: |
A histerectomia representa o procedimento cirúrgico ginecológico não obstétrico mais realizado nos países desenvolvidos. As alterações corporais resultam em consequências psicoemocionais, logo a retirada do útero causa mudanças na autoestima, autoimagem e em conceitos que envolvem o ser mulher. A fase pré-operatória é momento fundamental do auxílio à paciente, visando compreender o preparo do processo cirúrgico, o ato cirúrgico propriamente dito e o momento pós-operatório, com suas restrições e cuidados necessários ao reestabelecimento de sua saúde. Objetivou-se compreender os significados e desvelar os sentidos do ser mulher que vivencia o pré-operatório de histerectomia. Estudo de natureza qualitativa, de abordagem fenomenológica, pautada no referencial teórico, filosófico e metodológico de Martin Heidegger. As participantes do estudo foram quatorze mulheres em pré-operatório de histerectomia. A análise foi possível após a transcrição na íntegra, leitura e sucessivas releituras das entrevistas a fim de captar as estruturas essenciais, possibilitando a identificação das Unidades de Significação: aceitar fazer a cirurgia; sofrer com a menstruação desregulada, sangramentos, dores, cólicas e passar por exames; vivenciar ansiedade, preocupação, nervosismo, insegurança, tristeza e medo; sentir-se aliviada e acreditar que a cirurgia trará melhora; apoiar-se em Deus e sentir-se bem cuidada no hospital. Foi construída a Análise Compreensiva e, após emergir o fio condutor da hermenêutica, a Análise Interpretativa. Na facticidade, o ser-mulher-em-pré-operatório-de-histerectomia, foi acometido pela patologia uterina que levou à necessidade da cirurgia. Na cotidianidade as mulheres vivenciaram períodos de sangramentos intensos e dores que impactaram em seu ser-no-mundo, limitando-a no mundo público e circundante, desvelando-se na inautenticidade e na impessoalidade. Sua compreensão do momento cirúrgico desvelou-se por meio do falatório, curiosidade e ambiguidade. Decaiu ao transferir a segurança da cirurgia para a equipe de saúde e sua possibilidade de cura para Deus. No mundo com-partilhado, sendo-no-mundo-com-a-família, vivenciou o pavor, horror e terror. Desvelar os sentidos do ser-mulher-que-vivencia-o-pré-operatório-de-histerectomia possibilitou enfatizar o papel fundamental da equipe de saúde, que recorre à visita pré-operatória como um instrumento importante para a relação enfermeiro-paciente, momento de orientações e escuta, que propicia o entendimento de suas necessidades e auxilia no planejamento e elaboração de um plano de ação voltado às suas especificidades. É fundamental que os serviços acolham o ser-mulher e não apenas o ente. Que os profissionais pausem a mecanicidade em que executam seus trabalhos e compreendam o ser-mulher em sua dimensão existencial. |