Ocorrência e evolução da vocalização em alta frequência em beija-flores (Aves: Trochilidae)
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00059 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15653 |
Resumo: | O número crescente de estudos em bioacústica trouxe à luz comportamentos anteriormente desconhecidos para vários grupos animais, tais como a capacidade dos beija-flores (Aves: Trochilidae) de vocalizarem em frequências altas (i.e., frequência pico >10kHz). Por se tratar de uma descoberta recente, os estudos sobre o tema ainda são escassos, sendo possível que outras espécies desta família tenham esta mesma capacidade, cuja origem evolutiva e manutenção no grupo ainda são pouco conhecidas. Assim, este estudo visou responder: 1) Quantas e quais espécies de beija-flor são capazes de produzir vocalizações de alta frequência? 2) As frequências de vocalização, hábitat e massa corporal das espécies são fatores que apresentam sinal filogenético em Trochilidae? 3) Qual foi a origem e o modo de evolução da vocalização de alta frequência e o tipo de hábitat associado às vocalizações de alta frequência em Trochilidae (“hipótese de adaptação acústica”)? 4) Existe uma relação entre a morfologia das espécies e os seus parâmetros acústicos? Determinamos as frequências de vocalização de 82% das espécies da família. Em seguida, analisamos o sinal filogenético e efetuamos a reconstrução do estado ancestral para 81% das espécies de Trochilidae, com base na mais recente e ampla hipótese filogenética para o grupo. Os resultados do nosso estudo expandem o número de espécies de beija-flor capazes de vocalizar em frequências elevadas de cinco para 29, além de não ter encontrado fatores evolutivos que relacionem hábitat e massa corporal com a frequência de vocalização. Os resultados sugerem que a evolução da vocalização em altas frequências em beija-flores pode estar relacionada com fatores comportamentais e não ambientais, sendo importante que estudos em curso e futuros investiguem (i) a influência do contexto comportamental na vocalização de indivíduos e espécies de Trochilidae e (ii) a capacidade neurológica de processar sinais acústicos a alta frequência pelos beija-flores. A ampla escala taxonômica do nosso estudo em Trochilidae é pioneira e foi possível por meio de dados de ciência cidadã. As nossas descobertas podem ser revistas com a inclusão de sequências moleculares nas bases de dados dos representantes de Trochilidae que ainda não foram caracterizados molecularmente expandindo a inferência de um cenário macroevolutivo acústico ainda mais robusto para Trochilidae. |