Morfologia e ontogenia de estípulas no gênero Passiflora L. (Passifloraceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Brasileiro, Juliana Castelo Branco
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/41/41132/tde-20052021-095716/
Resumo: As estípulas da família Passifloraceae são estruturas exuberantes que apresentam uma rica diversidade morfológica e, por tanto, um grande valor taxonômico. Dentro da família, essa diversidade é notável nos táxons pertencentes ao gênero Passiflora L. Neste gênero, as estípulas foliáceas são amplamente descritas entre as espécies do subgênero Passiflora e apresentam uma infinidade de morfologias. Nos subgêneros Astrophea, Decaloba, Deidamioides e Tetrapathea são muito comuns as estípulas inconspícuas, descritas de um modo geral como: diminutas, no caso do subgênero Deidamioides; triangulares ou setáceas nas espécies dos subgêneros Astrophea e Tetrapathea; e, frequentemente, setáceas ou lineares, no subgênero Decaloba. Em folhas, a diversidade morfológica é resultado da atividade de diferentes regiões de crescimento. Com isso, foi realizado um levantamento dos caracteres morfoanatômicos, identificando padrões morfológicos de espécies de três subgêneros de Passiflora. Seguido do estudo ontogenético das estípulas de cada um dos padrões, e posterior mapeamento dos caracteres morfológicos das estípulas a partir de uma filogenia atual. Inicialmente, foi realizado o tratamento anatômico convencional de vinte espécies do gênero Passiflora: seis do subgênero Decaloba, duas do subgênero Deidamioides, e doze espécies do subgênero Passiflora. As análises da anatomia das estípulas demonstram que sua estrutura é semelhante à lâmina foliar de eudicotiledôneas mesófitas, apresentando uma epiderme com camada única de células, composta frequentemente por tricomas tectores e distribuição de estômatos em ambas ou apenas uma face; mesofilo homogêneo ou heterogêneo; e feixes vasculares frequentemente colaterais, organizados em um padrão de venação pinada ou palmada. Passiflora incarnata L. apresenta a anatomia da estípula distinta das demais espécies em sua porção distal, na epiderme não há estômatos, o mesofilo possui pequenos espaços 76 intercelulares e o sistema vascular está organizado em uma nervura única concêntrica do tipo anfivasal, um provável processo de abaxialização. Nas análises morfológicas foram identificados dois grupos de estípulas: foliáceas e não foliáceas. A partir disso foram selecionadas onze espécies do total de 20, para o estudo ontogenético, e identificado seis padrões morfológicos: estípulas foliáceas simétricas, estípulas foliáceas assimétricas com expansão unilateral, estípulas foliáceas assimétricas com expansão bilateral, estípulas não foliáceas com expansão da lâmina unilateralmente, estípulas não foliáceas com expansão da lâmina bilateralmente, e estípulas não foliáceas com expansão laminar ausente. Na formação da lâmina das estípulas foliáceas foi identificada a atividade do meristema marginal e, frequentemente, do meristema em placa. No caso das estípulas foliáceas assimétricas, o meristema marginal é silenciado em um dos flancos, retomando sua atividade após o desenvolvimento da lâmina oposta, como em P. caerulea e P. kermesina; ou tem a atividade do meristema marginal deprimida em um dos flancos e contínuo no outro, como em P. eichleriana; ou tem a atividade encerrada em um dos flancos, como em P. morifolia. O meristema marginal está frequentemente envolvido na formação da lâmina, e é visível logo após o estabelecimento da polaridade adaxial-abaxial. Nas estípulas não foliáceas, o meristema marginal tem uma atividade efêmera, e em P. deidamioides Harms é ausente. Assim como as estípulas foliáceas, as não foliáceas apresentam a atividade do meristema marginal, frequentemente efêmera. A partir dos caracteres morfológicos, foram estabelecidas sinapomorfias no subgênero Passiflora, clado com as espécies P. eichleriana, P. racemosa, P. galbana, P. kermesina e P. caerulea; como estípulas foliáceas, expansão da lâmina da estípula bilateralmente, nectários extraflorais presentes, organização isolateral do mesofilo e venação pinada