Prevalência e fatores associados à Síndrome de Burnout nos profissionais da saúde da Atenção Primária de Juiz de Fora

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Lima, Amanda de Souza lattes
Orientador(a): Teixeira, Maria Teresa Bustamante lattes
Banca de defesa: Carlotto, Mary Sandra lattes, Ronzani, Telmo Mota lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5695
Resumo: O mundo do trabalho tem sofrido diversas modificações decorrentes do capitalismo e da modernização, exigindo do trabalhador flexibilidade. A incapacidade de adaptação às mudanças gera estresse ocupacional, repercutindo no desgaste físico e emocional à saúde do trabalhador. A Síndrome de Burnout (SB), é um tipo específico de estresse ocupacional no qual o trabalhador expõe-se cronicamente a estressores laborais. Caracteriza-se pelas dimensões exaustão emocional (EE), despersonalização (DE) e baixa realização profissional (RP). Profissionais de saúde são propensos à SB por lidarem diretamente com pessoas, sofrimento e morte. A Atenção Primária à Saúde (APS) é o nível assistencial mais aproximado da comunidade, expondo os profissionais às realidades e dificuldades desta. Entretanto, nota-se a escassez de estudos sobre SB na APS. Objetivo: identificar a prevalência da SB nos profissionais da APS de Juiz de Fora e fatores associados. Métodos: estudo transversal com uma amostra de 153 profissionais da APS. A variável dependente SB foi medida pelo questionário MBI (Maslach Burnout Inventory). Resultados: a prevalência da SB foi de 0,7% segundo critérios de Maslach e Jackson e de 51% conforme Grunfeld et al. Seguindo critérios de Grunfeld et al. a equipe de enfermagem apresentou maior prevalência da SB (56,6%) em relação as demais categorias profissionais. As variáveis autoavaliação do estado de saúde ruim (p<0,001) e insatisfação laboral (p<0,001) associaram-se à SB. 13,1% e 0,7% apresentaram altos níveis de EE e DE, respectivamente, e 48,4% baixa RP. Tempo de serviço, autopercepção da saúde, apoio social e satisfação laboral relacionaram-se significativamente com as dimensões. Conclusão: o trabalho na APS possui peculiaridades revelando-se complexo devido à proximidade existente entre profissional e comunidade, pela atribuição em cuidar integralmente e continuadamente do usuário, exigindo a utilização das tecnologias leves, além de comprometer-se prioritariamente em promover a saúde e prevenir a doença. Somados a estes desafios, destaca-se a desvalorização do nível primário de atenção e a insuficiência dos recursos a ele destinados. A APS constitui-se como lócus importante a ser estudado no sentido de promover boas condições laborais, visando diminuir o risco de desenvolvimento do burnout, resguardar o bem estar destes profissionais e garantir a produção de um cuidado de qualidade à sociedade.