Efeito de baixas doses de sinvastatina sobre marcadores inflamatórios e nutricionais de pacientes em hemodiálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2007
Autor(a) principal: Suassuna, Paulo Giovanni de Albuquerque lattes
Orientador(a): Bastos, Marcus Gomes lattes
Banca de defesa: Figueiredo, André Avarese de lattes, Lucca, Leandro Junior lattes, Canziani, Maria Eugênia Fernandes lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/3206
Resumo: INTRODUÇÃO: Os fatores de risco cardiovasculares tradicionais e os relacionados à Doença Renal Crônica contribuem para a alta taxa de mortalidade cardiovascular na população em diálise. A coexistência nesta população de desnutrição, inflamação, aterosclerose, anemia e calcificação vascular têm enorme impacto na sobrevida dos pacientes. Como na população geral, as estatinas reduzem a mortalidade geral e cardiovascular na população em diálise através da redução lipídica e seus efeitos pleiotrópicos, destacadamente a capacidade de reduzir a resposta inflamatória crônica destes pacientes, evidenciada pela redução dos níveis de Proteína CReativa ultra-sensível (PCR-us). O grupo de pacientes em hemodiálise com baixo LDL-colesterol (LDL-c), níveis elevados de PCR-us e anemia apresentam alto risco cardiovascular e ainda não existem evidências definitivas de benefício com uso de estatinas. OBJETIVO: Avaliar a eficácia de uma baixa dose de sinvastatina que visa apenas efeitos pleiotrópicos em comparação com uma dose padrão na redução da resposta inflamatória evidenciada pelos níveis de PCR-us, parâmetros hematimétricos, resistência à eritropoetina (IR-EPO), índice de massa corpóreo (IMC) e escore de inflamação-desnutrição (MIS). MÉTODO: Quarenta e dois pacientes estáveis em hemodiálise há mais de seis meses, maiores de 18 anos e sem evidência de processos inflamatórios foram divididos segundo os níveis de LDL-c. Os pacientes com LDL-c<100mg/dl receberam apenas 20mg de sinvastatina após hemodiálise (HD) (grupo-1), enquanto os pacientes com LDL-c>100mg/dl (grupo-2) receberam 20mg/dia durante oito semanas. Antes e após o tratamento foram medidos os níveis de PCR-us, hemoglobina (Hb), hematócrito (Hct) e calculado o IR-EPO, IMC e MIS. Os dados foram analisados com o programa estatístico SPSS. Foi considerado significante p<0.05. RESULTADOS: Houve redução significativa dos níveis de LDL-c e PCR-us em ambos os grupos, sendo a redução do LDL-c significantemente maior no grupo-2 (16,26±17,51% vs 37,73±11,73%, p<0,0001) enquanto a redução da PCR-us foi equivalente em ambos os grupos (35,97±49,23% vs 38,32±32,69%, p=0,86). Houve também queda da IR-EPO e melhora dos parâmetros hematimétricos. Não houve mudança no IMC ou MIS. CONCLUSÃO: A baixa dose de sinvastatina mostrou-se tão eficaz quando a dose usual em reduzir os níveis de PCR-us, a IR-EPO e melhorar os parâmetros hematimétricos, apontando para uma importante redução do risco cardiovascular nestes pacientes.