Quando Deus se esquece de nós: uma “antimemória” na solitária de Maura Lopes Cançado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Caruso, Luigi de Carvalho lattes
Orientador(a): Pires, André Monteiro Guimarães Dias lattes
Banca de defesa: Cabral, Jimmy Sudário lattes, Losso, Eduardo Guerreiro Brito lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Letras: Estudos Literários
Departamento: Faculdade de Letras
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/16494
Resumo: A obra de Maura Lopes Cançado ficou marcada pelo aspecto de obra de denúncia que permeia sua escrita; mais do que isso, Hospício é Deus: diário I (1965) e O Sofredor do Ver (1968) traçam um roteiro de fuga da autora. O seguinte trabalho procura analisar, com ênfase em seu primeiro trabalho, como esta fuga se realiza numa situação de clausura que extrapola os limites do hospício. É com a experiência das internações que Maura elabora uma “antimemória”, isto é, um devir contra o regime de fixações operado pelas personagens que cercam o seu relato. As figuras policialescas não se encontram somente no lado de dentro dos muros do manicômio, mas estão por toda parte: na família, no trabalho, nas ruas etc. Contra uma memória exclusivamente “rostificada” é que a autora trará um diário repleto de outras vozes que passam a compor, com a sua própria, um panorama singular de vida. Há então a elaboração de um tempo e um sentido próprios, na tentativa de delinear um mapeamento de suas marcas; é deste ponto que partiremos para analisar a obra de Maura.