Efeitos da diversidade arbórea sobre a composição da comunidade microbiana e emissão de gases do efeito estufa no solo da Mata Atlântica em estágio inicial de restauração

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Faustino, Mariana de Andrade lattes
Orientador(a): Amado, André Megali lattes
Banca de defesa: Ferreira, Camilo Moitinho lattes, Caliman, Adriano
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17798
Resumo: A Mata Atlântica, embora rica em diversidade, é um dos biomas mais degradados do Brasil. A restauração ecológica mitiga a perda de biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos, como a regulação do clima. Comunidades microbianas do solo são vitais para o funcionamento das florestas, mantendo os ciclos biogeoquímicos. Estudos na ecologia da restauração, que vão além da produtividade acima do solo são escassos, especialmente na região tropical. Pesquisas recentes sobre Biodiversidade e Funcionamento dos Ecossistemas (BEF) indicam que a diversidade de espécies arbóreas promove o aumento ativo e diversificado comunidades microbianas do solo ao longo do tempo. Este estudo buscou compreender como a diversidade arbórea influencia a diversidade microbiana e funções ecossistêmicas, tais como os fluxos de gases causadores do efeito estufa (GEE). No escopo do projeto BEF-Atlantic (MG, Brasil), o qual manipulou um gradiente de riqueza de 1 a 24 espécies de árvores, nós avaliamos se e como a composição microbiana do solo e o fluxo de GEE (CO2 e CH4) variaram em resposta a diversidade arbórea após seis e dezoito meses de plantio. Os resultados mostraram uma mudança gradual e crescente na composição da comunidade microbiana, passando inicialmente de um efeito de seleção para uma estabilização gradual de complementariedade. A transição da dominância por bactérias oligotróficas para copiotróficas marcam essa mudança, a qual foi influenciada principalmente pela identidade das espécies arbóreas, a fertilidade do solo, a qualidade e quantidade de matéria orgânica e as condições abióticas do solo. Os fluxos de gases apresentaram variações impulsionadas por condições ambientais e abióticas do solo, mantendo-se desacoplados da composição da comunidade microbiana. O tempo de estabilização do sistema solo-microbiota-planta é essencial para observar alterações estruturais voltados para um efeito de complementariedade. Concluímos que a comunidade microbiana respondeu rapidamente aos indícios de efeito de complementaridade, por meio de mudanças na qualidade do solo e no favorecimento da comunidade microbiana.