Associação de cultura e diversidade genética de Candida com características clínicas e epidemiológicas de pacientes com diagnóstico de candidíase vulvovaginal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Rodrigues, Márcio Tavares lattes
Orientador(a): Diniz, Cláudio Galuppo lattes
Banca de defesa: Barros, Rosângela Abreu Monteiro de lattes, Castellano Filho, Didier Silveira lattes, Demian, Alim Alves lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/474
Resumo: Candidíase vulvovaginal (CVV) é um dos diagnósticos mais frequentes na prática ginecológica e sua incidência tem aumentado drasticamente. Portanto, estudos regionais prospectivos tornam-se necessários para conhecimento da epidemiologia da doença. Tem sido reconhecida a emergência de outras espécies de leveduras, além de Candida albicans, como agentes etiológicos em infecções mono ou polimicrobianas, com reflexo direto na terapia antifúngica, frequentemente empírica. O objetivo deste estudo foi investigar a etiologia, o perfil epidemiológico de pacientes com candidíase vulvovaginal e possíveis fatores predisponentes, além da diversidade genética das leveduras. Secreção vaginal das pacientes foi semeada em Agar Sabouraud e amostras de leveduras foram isoladas e identificadas por PCR. Dados demográficos, clínicos e fatores predisponentes foram obtidos por meio de questionário. Genotipagem das leveduras foi realizada pela técnica de RAPD e matriz de similaridade foi construída para avaliação da diversidade de C. albicans e sua relação com os dados clínicos e epidemiológicos. Para análise estatística foram utilizados os testes t-Student, Fischer e qui-quadrado, com auxílio do software Statistical Package for the Social Sciences (SPSS), com nível de significância de 5%. Foram avaliadas 69 pacientes, entre 15 e 52 anos, predominando mulheres brancas (79,7%), com escolaridade de nível superior completo (58%), casadas (56,5%) e com vida sexual ativa (97,1%). Dentre elas, 34,8% eram gestantes, 7,2% diabéticas, 1,4% soropositivas para HIV e 36,2% usavam anticoncepcional oral. Antibioticoterapia recente foi citada por 13% das pacientes, uso de antifúngico por 5,8% e de antitricomonas por 1,4%. Uso de corticosteróides foi relatado por 2,9% das participantes e de anti-neoplásicos por 1,4%. Fluxo vaginal e prurido foram as principais queixas apresentadas, respectivamente, por 97,1% e 73,9% das pacientes, seguido de ardência (63,8%) e hiperemia (63,8%). Quando presente, o fluxo foi majoritariamente branco (88,1%) ou grumoso (86,6%). O diagnóstico foi confirmado pela cultura em 55 (79,7%) pacientes, sendo quatro casos de infecção mista. A espécie prevalente foi C. albicans, seguida por um caso de C. glabrata, que foi encontrada em mais duas pacientes em associação com C. albicans. Nas outras duas infecções polimicrobianas, C. lusitaniae foi isolada com C. albicans. A análise dos dados gerados pela genotipagem das leveduras permitiu discriminar linhagens de C. albicans na população amostrada. Foi possível evidenciar sete tipos eletroforéticos (TE) classificados como grupos I a VII, sendo os grupos I, II, III, IV, V e VI compostos por linhagens de levedura que apresentaram 100% de similaridade genética. No grupo VII foram incluídas linhagens de levedura altamente polimórficas que apresentaram no máximo 80% de semelhança. Embora nenhuma relação tenha sido estabelecida entre TE e dados clínicos e epidemiológicos, percebeu-se que os tipos I e IV são os mais prevalentes na população amostrada. Embora a positividade da cultura tenha sido alta e os dados clínicos de CVV sejam característicos, a sintomatologia não é patognomônica. C. albicans é a espécie prevalente, mas devese atentar para a ocorrência de outras espécies na etiologia de CVV, como a emergência de C. lusitaniae. Sugere-se realização do diagnóstico microbiológico com identificação da espécie envolvida e detecção de infecção mista antes da terapia antimicrobiana.