Influência de fatores espaciais e ambientais na estrutura da comunidade de invertebrados em nascentes tropicais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Silveira, Guilherme Augusto da lattes
Orientador(a): Alves, Roberto da Gama lattes
Banca de defesa: Cardoso, Simone Jaqueline lattes, Martins, Renato Tavares lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Biológicas: Comportamento e Biologia Animal
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2331
Resumo: Nascentes são ecossistemas estáveis, onde a conectividade aquático-terrestre e a complexidade de microhabitats que apresentam permitem que estes ambientes suportem uma fauna diversa. Considerando a importância das nascentes na manutenção da biodiversidade de organismos aquáticos e sua relevância econômica e ecológica, aliado à escassez de estudos em ambientes tropicais, o presente estudo objetivou testar os modelos das teorias de nicho e neutra, bem como quantificar a importância do espaço e das variáveis ambientais como agentes estruturadores das comunidades de invertebrados em nascentes. Foram obtidas três amostras compostas de substratos (pedras, areia e folhiço) em quinze nascentes de cinco localidades no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, Brasil. Um total de 11.239 invertebrados foram identificados. As nascentes do tipo helocreno, com área alagada difusa, e reocreno, cuja água ao sair do solo forma imediatamente um riacho apresentaram maior abundância e riqueza de invertebrados que limnocreno, nascentes que formam poça. A composição da fauna também diferiu entre os três tipos estudados, o que pode ser explicado pela heterogeneidade ambiental encontrada nestas nascentes e pelas diferenças físicas e químicas entre os diferentes tipos. Os resultados da análise de Redundância parcial mostraram que 23% da variação total da composição da fauna de invertebrados foram explicados pelas variáveis ambientais profundidade, temperatura da água, oxigênio dissolvido, pH, matéria orgânica e frações de areia média e areia muito fina, 4% foram explicados pela variação espacial e outros 12% pela interação entre estes fatores. Os 61% restantes corresponde à fração residual resultante de interações bióticas e outras variáveis não analisadas. Estes resultados podem ser relacionados ao efeito combinado entre os mecanismos enfatizados pela teoria de nicho e pela teoria neutra, e, portanto, estão de acordo com a abordagem de metacomunidades, seguindo o modelo de sorteamento de espécies de dinâmica de comunidades. Assim, pode-se concluir que os fatores ambientais e espaciais explicam parcialmente a estruturação da comunidade de invertebrados em nascentes, com maior importância dos filtros ambientais.