Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Franco, Gilciana Paulo
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Orientador(a): |
Lages, Sônia Regina Corrêa
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Banca de defesa: |
Berkenbrock, Volney José
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Caputo, Stela Guedes
,
Silveira, Emerson Sena da
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Daibert Junior, Robert
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Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17701
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Resumo: |
Compreender como a juventude de terreiro vem utilizando as redes sociais como um instrumento de valorização das tradições religiosas de matriz africana e, ao mesmo tempo, como um meio de combate ao racismo nas suas diversas facetas foi a principal motivação da nossa pesquisa. As redes sociais se tornaram o nosso campo de pesquisa onde passamos a observar descrever, interagir e analisar as postagens feitas por três grupos de jovens pertencentes as religiões afro-brasileiras como a umbanda e o candomblé: O Juventude de Terreiro do Espírito Santo (JT-ES), o Juventude de Terreiro da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileira e Saúde (JREANAFRO), e o Juventude Centro Nacional de Africanidades e Resistência Afro-brasileira/Norte de Minas Gerais (JCENARAB/NM). Os jovens estão cada vez mais conectados com as redes sociais que tem se tornado um local de comunicação ativa, onde deixamos de ser expectadores e passamos a interagir com as postagens através de comentários, curtidas e comentários. Podemos dizer que as redes sociais também se tornaram um local de luta por direitos negados a determinados grupos que ainda sentem na pele os efeitos do colonialismo, onde a sociedade foi estruturada sob os pilares do machismo, do racismo, do apagamento de culturas, dos silenciamentos, das inviabilidades e exclusões dos negros, dos indígenas, das mulheres e as suas vivências socioculturais. No que se refere a metodologia de pesquisa, optamos pela etnografia virtual utilizando como uma importante referência a tese de Borges (2019) que destaca a importância do ciberativismo na luta contra o racismo/racismo religioso. Com o campo de pesquisa determinado passamos a observar, interagir e analisar as publicações feitas pelos três grupos de jovens no Instagram, Faceboock e Whatsapp. Como ferramentas de abordagem utilizamos questionários, conversas via Whatsapp, trocas de mensagens através do Direct no Instagram, observação do campo e participação em reuniões juntamente ao Juventude de Terreiro do Espírito Santo. Outro método utilizado foi a revisão bibliográfica buscando compreender melhor sobre temáticas como conceitos sobre o tema juventude, ciberativismo, racismo, intolerância religiosa, ambos importantes para responder a questionamentos relevantes da tese. A análise de documentos também foi um método utilizado, com o objetivo de descrever a história de cada um dos grupos envolvidos na pesquisa. Pretendemos compreender como tem sido protagonizada, no âmbito das redes sociais, a relação da juventude com a sua religiosidade e como a mesma tem utilizado o ciberativismo como um caminho plausível para denunciar e lutar contra o racismo religioso responsável por diversas violências sofridas pelos praticantes de religiões de matriz africana, como por exemplo, a verbal, a simbólica, a física e a psíquica. . Após a coleta de dados, a observação do campo, a interação com os três grupos de jovens envolvidos na pesquisa e a análise dos dados coletados, chegamos à conclusão que as redes sociais têm sido um espaço muito utilizado como um importante instrumento de combate ao racismo/racismo religioso e ao mesmo tempo como um local de dialogo e troca de conhecimento em prol da valorização das crenças religiosas de matriz africana. O ciberativismo emergiu como um movimento de suma importância no que se refere a ampliação das vozes dos jovens de terreiro se estendendo do espaço físico para o espaço virtual. Porém não podemos deixar de mencionar que as redes sociais também têm sido muito utilizadas como um local para reforçar os discursos de ódio contra as Cttro (Comunidade Tradicional de Terreiro) o que confirma assim a necessidade de haver movimentos que lutem pela consolidação de políticas públicas voltadas para o combate a intolerância religiosa e o desrespeito a liberdade de expressão e crença, ambas, garantidas pela Constituição brasileira. |