Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2008 |
Autor(a) principal: |
Rosa, Priscila Gomes
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Orientador(a): |
Roland, Fábio
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Banca de defesa: |
Branco, Christina Wyss Castelo
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Silva, Lúcia Helena Sampaio
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ecologia
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Departamento: |
ICB – Instituto de Ciências Biológicas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/4677
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Resumo: |
A geração de gases dentro de reservatórios, contribuintes para o efeito estufa, é um dos possíveis impactos causados por esses sistemas ao meio ambiente. Dentro deles, a comunidade zooplanctônica constitui uma fonte de carbono sendo que ela ainda estaria sob a influência de vários fatores físicos, químicos e biológicos associados a características morfométricas e idade desses ecossistemas. O presente estudo objetivou caracterizar a comunidade zooplanctônica bem como verificar a distribuição temporal e espacial da abundância e biomassa (conteúdo de carbono), em reservatórios do sistema FURNAS S.A., sendo uma cascata de reservatórios (Reservatório de Furnas, Reservatório de Mascarenhas de Morais e Reservatório de LCB de Carvalho), um reservatório em diferentes idades (Reservatório de Manso) e um reservatório eutrófico (Reservatório de Funil). O estudo foi realizado durante três períodos hidrológicos distintos (antes da chuva, depois da chuva e seca) em estações de coleta localizadas nas zonas fluvial, intermediária e lacustre de cada reservatório. Em relação aos reservatórios em cascata, a distribuição temporal da riqueza e abundância apresentou o mesmo padrão, ou seja, os valores apresentaram um decréscimo no sentido montante-jusante, de acordo com as características morfométricas e tempo de retenção de cada reservatório. Os valores de biomassa foram maiores nos reservatórios situados na extremidade da cascata e estiveram mais correlacionados ao tamanho dos indivíduos da comunidade zooplanctônica e a disponibilidade alimentar oferecida a esses organismos. Pela Análise dos Componentes Principais, as maiores biomassas, em todos os reservatórios da cascata, foram correlacionadas às temperaturas elevadas e as biomassas de bactérias e fitoplâncton. As primeiras análises da comunidade zooplanctônica realizadas em Manso ocorreram em quase quatro anos após seu enchimento. Três anos depois, novas amostragens foram feitas nas mesmas estações das análises anteriores. A riqueza de táxons de Manso, pouco foi influenciada pelo fator idade, por outro lado, a diminuição no tempo de retenção no segundo ano de estudo contribuiu para uma diminuição da riqueza. Assim como a riqueza, a abundância também foi associada ao tempo de retenção, e além desse fator, a maior disponibilidade alimentar no primeiro ano de estudo proporcionou uma maior densidade nesse período. Não foi verificado nenhum padrão de distribuição temporal da biomassa entre os dois anos de estudo, de modo que os maiores valores foram sempre encontrados na seca, enquanto que os menores valores foram encontrados antes da chuva, no primeiro ano, e depois da chuva no segundo ano. Em relação a densidade e a biomassa, no primeiro ano, somente os valores mais baixos de ambos coincidiram, já no segundo ano, os valores de densidade e biomassa coincidiram em todos os períodos hidrológicos. A distribuição da abundância ao longo do eixo longitudinal do reservatório de Manso, nos dois anos de estudo, parece estar sob a influência tanto dos efeitos hidrodinâmicos quanto do aporte de nutrientes provenientes das áreas sob influência de tributários. A distribuição da biomassa apresentou-se igual nos dois anos de estudo, ou seja, em épocas de ausência de chuva as maiores biomassas foram encontradas na região intermediária, enquanto que no período depois da chuva, as maiores biomassas foram encontradas na região lacustre. A análise estatística evidenciou diferenças nas médias de biomassas entre os dois anos de estudo, com as maiores sendo encontradas no primeiro ano. Nesse caso, outros fatores bióticos, abióticos e ligados ao funcionamento do reservatório influenciaram em maior intensidade essa comunidade do que o processo de envelhecimento decorrido nesse ambiente. O reservatório de Funil foi classificado como eutrófico, sendo que a riqueza desse ambiente pareceu estar mais associada ao esforço amostral e a sua forma dendrítica do que ao grau de trofia. Os maiores valores de abundância foram correlacionados a maior disponibilidade alimentar, no período depois da chuva, bem como a uma diminuição na presença de cianobactérias, além disso, esse período apresentou o maior tempo de retenção. As maiores densidades foram dadas pelos copépodos (Calanoida e Cyclopoida), que pareceram mais bem adaptados do que rotíferos e cladóceros. Os valores de biomassa coincidiram apenas com os de densidade no período depois da chuva, onde os maiores valores foram encontrados. Nesse período, todos os grupos zooplanctônicos apresentaram suas maiores biomassas. Já o período antes da chuva, mesmo apresentando as menores densidades, foi o segundo em biomassa, enquanto que o período de seca, mesmo sendo o segundo em abundância, apresentou as menores biomassas. A distribuição longitudinal da abundância e biomassa foi fortemente influenciada pelo hidrodinamismo, de modo que as regiões sob influência de rios apresentaram baixas densidades e biomassas. Além disso, os valores de biomassa apareceram bem correlacionados com os de densidade, uma vez que em todos os períodos, tanto a densidade quanto a biomassa apresentaram seus maiores valores, valores médios e baixos nas mesmas regiões. A análise estatística da distribuição da biomassa mostrou uma alta correlação entre ela e a disponibilidade alimentar bem como a diminuição na densidade e biomassa de cianobactérias. Além disso, os fatores temperatura e tempo de residência também foram favoráveis a essa comunidade, de modo que contribuíram para o aumento da biomassa desses organismos como um todo. A comunidade zooplanctônica contribuiu com significantes valores de biomassa em todos os ambientes estudados, de maneira que mostrou ser uma importante fonte contribuinte para o estoque de carbono nos reservatórios. Por outro lado, pouco ainda se sabe da biomassa (conteúdo de carbono) como um todo dessa comunidade em diferentes ambientes e reservatórios tropicais. |