Resíduos de antimicrobianos em leite pasteurizado e o efeito inibidor sobre bactérias lácticas para elaboração de produtos lácteos fermentados

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Gomes, Fernanda Pyramides do Couto lattes
Orientador(a): Oliveira, Marcone Augusto Leal de lattes
Banca de defesa: Ferreira, Célia Lúcia de Luces Fortes lattes, Stephani, Rodrigo lattes, Silva, Carolina dos Santos Fernandes da lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia do Leite e Derivados
Departamento: Faculdade de Farmácia
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/5958
Resumo: A presença de resíduos de antimicrobianos em leite pode representar grave problema de saúde pública. Por este motivo, algumas medidas legais foram tomadas pelos órgãos competentes, como a venda de medicamentos antimicrobianos sob prescrição médica ou médico veterinária, a observância de Boas Práticas Agropecuárias, e a definição de limites máximos de resíduos (LMR) em alimentos de origem animal. No entanto, os LMR estabelecidos não visam os efeitos sobre tecnologia e fabricação de produtos lácteos, mas sim a proteção da saúde pública. Sob o aspecto tecnológico, as bactérias lácticas são indispensáveis na produção de derivados lácteos fermentados, pois promovem a acidificação controlada e melhoram a textura e o sabor do produto. Assim, a hipótese norteadora deste estudo é que resíduos de antimicrobianos em leite, mesmo abaixo do LMR, são capazes de alterar negativamente a resposta fermentativa das bactérias lácticas. Para tal, foram empregados cinco antimicrobianos (amoxicilina, ceftiofur, gentamicina, sulfametazina e tetraciclina, representante dos cinco principais grupos de antimicrobianos constantes do Plano Nacional de Controle de Resíduos e Contaminantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - MAPA), em cinco diferentes concentrações (0; 0,50; 0,75; 1,0 e 1,25 do respectivo LMR), que foram testados frente a três fermentos comerciais, DELVO® FRESH FC-211 (Lactococcus lactis subsp. lactis e Lactococcus lactis subsp. cremoris), DELVO® CHEESE CP-101 (Streptococcus thermophilus) e DELVO® FRESH YS-131 (Lactobacillus bulgaricus e Streptococcus thermophilus), amplamente utilizados na fabricação de queijos e iogurtes. O leite foi proveniente de três animais diferentes, comprovadamente não-tratados com antimicrobianos. Os controles e tratamentos experimentais foram analisados com respeito à cinética fermentativa. O efeito inibitório das substâncias antimicrobianos foi determinado pela variação na curva de acidificação, bem como quanto ao tempo para se atingir o pH final de referência de cada fermentação. Ceftiofur e tetraciclina inibiram a atividade de cultura contendo Streptococcus thermophilus, mesmo quando empregados em concentrações abaixo de seus respectivos LMR. A cultura composta por Lactococcus lactis ssp. lactis e Lactococcus lactis ssp. cremoris foi inibida pelos antimicrobianos ceftiofur e gentamicina, mesmo quando empregados em concentrações abaixo dos respectivos LMR. Ceftiofur também inibiu a cultura mista de Streptococcus thermophilus e Lactobacillus delbrueckii ssp. bulgaricus, em concentrações abaixo de seu LMR. Assim, os resultados do presente estudo indicam que concentrações abaixo do LMR de antimicrobianos em leite podem interferir negativamente na atividade fermentativa de bactérias lácticas.