Avaliação da qualidade de vida relacionada à saúde em pacientes com hepatite crônica C tratados com terapia dupla e tripla

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fagundes, Raíssa Neves lattes
Orientador(a): Ferreira, Lincoln Eduardo Villela Vieira de Castro lattes
Banca de defesa: Meirelles de Souza, Aécio Flávio lattes, Guerra, Maximiliano Ribeiro lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/870
Resumo: Introdução: No Brasil, pacientes com infecção crônica pelo VHC genótipo 1 com fibrose avançada são tratados com interferon peguilado, ribavirina e antivirais de ação direta telaprevir e boceprevir. Com o uso desses agentes taxas de Resposta Virológica Sustentada mais elevadas foram obtidas, mas também maior gravidade de eventos adversos. No Brasil, não há dados a respeito do impacto do telaprevir sobre a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) em portadores de hepatite crônica C submetidos à terapia antiviral. Objetivo: Comparar os escores de QVRS em pacientes com hepatite crônica C submetidos à terapia antiviral dupla e tripla e analisar os possíveis fatores que afetam a QVRS. Casuísitca e método: Estudo do tipo observacional com inclusão prospectiva dos dados. Foram incluídos pacientes com Hepatite Crônica C submetidos a terapia antiviral com idade entre 18 e 75 anos acompanhados no HU-UFJF, no período de março de 2012 a julho de 2014. Foram excluídos coinfectados pelo HIV, VHB e portadores de doença renal crônica. Os pacientes em terapia dupla foram tratados com interferon peguilado alfa 2a ou alfa 2b (INF) associado à ribavirina (RIB) enquanto os pacientes do grupo terapia tripla receberam INF, RIB e telaprevir (TEL) nas primeiras 12 semanas seguido da terapia dupla. A classificação histológica utilizada foi a de Metavir. O Short Form 36 (SF-36) e Chronic Liver Diseases Questionnarie (CLDQ), questionários de avaliação de QVRS, foram aplicados no: pré-tratamento e nas semanas 4, 12 e 16. A comparação entre os grupos foi realizada utilizando o test-t (t). Os fatores preditivos foram calculados através da regressão linear múltipla. Valores de P < 0,05 foram considerados significantes. Resultados: Foram incluídos 32 pacientes, dos quais 17 em terapia dupla e 15 em terapia tripla. O sexo feminino foi o predominante (59%) e a média de idade observada foi 54,9 ± 15,85 anos. A maioria dos pacientes foram genótipo 1 (75,0%) e cirróticos (34%). No pré-tratamento, a média do componente físico (51,5 ± 8,40 vs. 53,8 ± 6,50; p=0,413) e mental (60,1 ± 3,80 vs. 55,1 ± 9,11; p = 0,067) resumido (CFR e CMR) foi semelhante entre o grupo terapia dupla e tripla. Após o início do tratamento (semana 4 e 12), a média do CFR e CMR foi pior na terapia tripla do que na dupla (p<0,05). Após a retirada do TEL, as médias se aproximaram, o mesmo esta ocorrendo com o escore total do CLDQ. Conclusão: Em portadores de hepatite crônica C, a terapia tripla foi associada de modo independente a redução dos escores de QVRS tanto pelo SF-36 quanto pelo CLDQ, sendo o momento mais crítico a 12ª semana de terapia. Outros fatores associados à redução dos índices de qualidade de vida foram ansiedade e depressão no prétratamento, status empregatício e raça.