Santos, espíritas e feiticeiros: o papel e os significados das práticas de cura mágico-religiosas em Juiz de Fora nas primeiras décadas do século XX

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Marcos Estevam Vasconcelos lattes
Orientador(a): Daibert Junior, Robert lattes
Banca de defesa: Lages, Sônia Regina Corrêa lattes, Olender, Marcos, Sampaio, Gabriela dos Reis, Pimenta, Tânia Salgado
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em História
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00116
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14778
Resumo: Esse estudo tem como objetivo analisar as práticas de cura mágico-religiosas no município mineiro de Juiz de Fora, entre 1910 e 1940. Ao longo do trabalho, investiga-se o papel e os significados dessas atividades e de seus representantes no cotidiano da população da cidade. A partir da análise de processos criminais e de periódicos, são analisadas as repressões que incidiam sobre indivíduos que atuavam ilegalmente no campo da cura, em uma complexa teia de significados que permeavam suas práticas. Por meio da análise dos dados coletados, compreende-se as relações estabelecidas entre “santos”, “espíritas” e “feiticeiros” e uma parcela significativa da população nas décadas iniciais do século XX. Alguns indícios e achados apontam que tais personagens eram essenciais para o restabelecimento da saúde do corpo e da alma de seus consulentes. Conforme demonstra a tese, esses membros das classes subalternas foram alvo de uma perseguição sistemática encabeçada pelos setores hegemônicos da sociedade de seu tempo e sofriam condenação de seus hábitos e costumes. Mas, apesar desse cenário desfavorável às suas práticas mágico-religiosas e, mesmo diante das tentativas da "medicina científica" local de "higienizar" o espaço urbano e de se firmar como a "arte de curar" hegemônica, esses personagens marginalizados deixaram registradas suas marcas no campo religioso brasileiro. Suas ações e seus saberes, por meio de atividades terapêuticoreligiosas plurais, fluidas e porosas, fazem parte de uma história de luta e de resistência das classes subalternas das primeiras décadas do século XX.