O interacionismo: gênese, afinidades eletivas e desdobramentos recentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Sottani, Silvânia Mineira Ribeiro lattes
Orientador(a): Salgado, Gilberto Barbosa lattes
Banca de defesa: Almeida, Tânia Mara Campos de lattes, Magalhães, Raul Francisco lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2843
Resumo: O século XX foi marcado pelo desenvolvimento de correntes teóricas que se propuseram a apresentar alternativas aos paradigmas normativos do campo das Ciências Sociais, especialmente críticas em relação aos postulados de Durkheim e Parsons. Nesse quadro, surgiu e ganhou forma o interacionismo cuja principal categoria de análise - a interação - passou a ser considerada como base para que os fatos sociais fossem vistos como realizações práticas frutos de processos de intersubjetividade em oposição à visão determinista do fato social como objeto estável/estático. O debate a que se pretendeu esse trabalho, isso posto, buscou apresentar a teoria interacionista como uma abordagem original para a clássica antinomia indivíduo versus sociedade abordada de forma demasiadamente estática pelas visões conservadoras. Tendo como direção esse objetivo, o trabalho apresenta as raízes filosóficas que influenciaram diretamente os autores interacionistas, com especial atenção à contribuição de Georg Simmel, explicitada ao longo do estudo. A análise dessas visões filosóficas possibilitou a constatação de sua influência, principalmente através de noções como projeto e pertencimento à corrente interacionista, além da nítida ênfase na relevância dos processos intersubjetivos para o entendimento da dinâmica social. Essa densidade filosófica levou à avaliação da multiplicidade de desenvolvimentos interacionistas apresentados pelos autores que foram perfilados como tais e a conclusão do trinômio interação-representação-identidade como a base da teoria em questão. Igualmente relevante é a constatação da aplicabilidade da teoria para abordagens microscópicas, como realizada nas instigantes obras de Erving Goffman, assim como para considerações sobre a relação entre interação e estrutura social, tais como perfiladas por Peter Berger e Thomas Luckmann. Complementam, ainda, esse quadro, os enriquecimentos proporcionados por Herbert Blumer, Anselm Strauss e Howard Becker que descortinaram novas possibilidades para a aplicabilidade da teoria. O trabalho disserta, ainda, baseado nas diversas aplicações da teoria, o leque que o interacionismo abre para a abordagem de temas caros ao século XXI, como a formação da opinião pública, os processos políticos e a subjetivação tendo em vista as características da modernidade, dentre outros. O interacionismo, isso posto, se afirma como um campo crítico caro às Ciências Sociais cuja necessidade de ser revisitado pela academia brasileira é explicitada ao longo desse trabalho, comprovando-se, dessa forma, o interacionismo como alternativa libertária aos estudos conservadores dentro do panorama das Ciências Sociais.