A influência das cargas de treinamento e recuperação sobre índices de lesão em diferentes períodos de treinamento de uma equipe de voleibol profissional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Timoteo, Thiago Ferreira lattes
Orientador(a): Bara Filho, Maurício Gattás lattes
Banca de defesa: Silva, Lilian Pinto da lattes, Dias, Bernardo Miloski lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação Física
Departamento: Faculdade de Educação Física
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/2177
Resumo: As cargas de treinamento (CT), assim como o estado de recuperação de atletas, possuem relação com o surgimento de lesões esportivas. Dessa forma, o presente estudo teve como objetivos: 1) Analisar a influência das variáveis de CT e recuperação sobre os índices de lesão no voleibol. 2) Analisar a probabilidade do surgimento de uma lesão no voleibol a partir das variáveis de CT e recuperação. 3) Analisar a influência das variáveis de CT sobre os índices de lesão no voleibol durante o período preparatório. 4) Analisar a influência de diferentes modelos de periodização no período preparatório sobre os índices de lesão no voleibol durante esse período. Para os objetivos 1 e 2 utilizou-se uma amostra de 14 atletas profissionais de voleibol do sexo masculino (26,7 ± 5,5 anos; 95,8 ± 8,2 kg; 1,97 ± 7,9 cm) pertencentes a uma equipe disputando a Superliga Nacional de Voleibol. Foram monitoradas todas as sessões de treinamento e jogos durante 27 semanas de uma temporada, sendo 13 semanas do período preparatório e 14 da fase competitiva. Monitorou-se a CT diariamente através do método de Percepção Subjetiva do Esforço da Sessão (PSE). A partir desse método foram calculados Carga de Treinamento Semanal Total (CTST), monotonia e strain. O estado de recuperação por meio da escala de Qualidade Total de Recuperação (TQR) era coletado no início das semanas de treinamento. Os membros do departamento médico (1 médico e 2 fisioterapeutas) diagnosticavam e registravam os dados de lesão. Já para os objetivos 3 e 4 utilizou-se como amostra 26 atletas (25,2 ± 5,4 anos; 92,7 ± 10,5 kg; 1,94 ± 7,9 cm) da mesma equipe durante dois períodos preparatórios de temporadas sucessivas. Houve o monitoramento das mesmas ferramentas citadas acima. Todas as análises foram feitas no software estatístico SPSS versão 20.0, sendo adotado nível de significância de 5%. Os principais achados indicaram que durante uma temporada, os atletas foram expostos a 4573,31 horas de treinamento e jogos. A partir disso foi encontrada uma incidência de 13,99 lesões/1000h sendo 11,58 lesões/1000h por sobrecarga e 2,40 lesões/1000h por trauma. Nesse mesmo período observou-se maior incidência de lesões (p= 0,003) e maior CTST (p=0,004) no período preparatório quando comparado com o período competitivo. Os atletas não lesionados apresentaram menor valor médio de PSE (p= 0,038), CTST (p= 0,027), strain (p= 0,006) se comparado ao lesionados por sobrecarga. Já a TQR foi maior para o grupo sem lesão em relação aos lesionados (p= 0,001 e p=0,006). A maior probabilidade de lesão esteve relacionada a maiores valores de PSE (Fator de Risco) (p= 0,005) e menores valores de TQR (p= 0,005) (Fator de Proteção). O risco de lesão é oito vezes maior nos atletas que apresentam maiores valores de PSE. A chance de ser classificado como lesionado aumenta 725% em média para cada aumento de unidade na PSE e diminui 42% em média para cada aumento de unidade na TQR. Com relação a observação de dois períodos preparatórios observou-se uma correlação positiva entre CTST e incidência de lesões (p=0,016), isto é, quanto maior CTST maior a incidência de lesões. Ao comparar os dois momentos distintos de preparação nota-se que a pré-temporada que apresentou os menores valores PSE (p= 0,038), Carga Externa de Treinamento (p= 0,003) e CTST(p= 0,042), também apresentou menor prevalência de lesões (p= 0,040).