As trajetórias escolares de homens trans: da educação básica ao ensino superior

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Araújo, Samuel Moreira de lattes
Orientador(a): Almeida, Neil Franco Pereira de lattes
Banca de defesa: Rodrigues, Marcelo Carmo lattes, Fernandes, Luís Antônio Bitante lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2021/00236
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/13530
Resumo: Sabe-se que as dificuldades enfrentadas pela população trans estão presentes em nossa sociedade nos mais distintos contextos, sejam eles atravessados por questões de classe social, raça e etnia, gênero e sexualidade, geração, etc; abrangendo ou não a dimensão educativa. Dessa forma, pretendeu-se com esse trabalho analisar as vivências escolares de homens transexuais matriculados no ensino superior, identificando os indícios de desestabilização que a presença desses sujeitos provocou no contexto da Educação Básica ao Ensino Superior. A questão norteadora desse estudo foi entender se estariam os transexuais masculinos assujeitados aos mesmos problemas que as travestis e transexuais femininas vivenciam nos seus trajetos educacionais, dos quais se destacam o uso do banheiro, o uso do nome social, conflitos com o corpo docente e gestão escolar, a aula de educação física, a expulsão escolar, dificuldades para aceitação na família e no mercado formal de trabalho. Para isso, ancorados na metodologia de história oral temática de José Meyhi (2002), foram realizadas entrevistas com 03 transexuais masculinos matriculados no Ensino Superior da cidade de Juiz de Fora/MG. Para a análise e problematização do material construído a partir das entrevistas os estudos pós- críticos orientaram as nossas discussões partindo de uma adaptação cultural dos estudos queer, os estudos transviad@s, propostos por Berenice Bento (2014; 2017b), e algumas interfaces com os estudos interculturais propostos por Vera Candau (2008) e Mylene Santiago, Abdeljalil Akkari e Luciana Marques (2013). As entrevistas nos permitiram conhecer suas experiências de vida e escolares desses sujeitos, assim como sua construção identitária. Também nos deu subsídios para refletir uma série de problemáticas para aceitação no núcleo familiar e a inserção no ambiente de trabalho formal, além das dificuldades enfrentadas ao longo da Educação Básica, especificamente com gestores escolares e nas aulas de educação física; e no Ensino Superior e na Educação Básica, com a utilização do nome social e banheiro, como uma tentativa de enquadramento dos participantes da pesquisa às normas de masculinidade hegemônica e ao padrão heteronormativo naturalizado. Por fim, apontamos a necessidade de construção de múltiplas formas de se vivenciar as masculinidades, e também das transmasculinidades, na Educação Básica e no Ensino Superior não como uma única forma possível, cristalizada e hierarquizada das diversas formas de masculinidades.