Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Fernandes, Neimar da Silva
 |
Orientador(a): |
Bastos, Marcus Gomes
 |
Banca de defesa: |
Franco, Marcia Regina Gianotti
,
Carmo, Wander Barros do
,
Soares, Mariana Calife Nóbrega
 |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências aplicadas à Saúde - PPgCAS
|
Departamento: |
ICV - Instituto de Ciências da Vida
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17282
|
Resumo: |
A doença renal crônica (DRC) é passível de rastreio populacional pois é grave, frequente e obedece aos critérios epidemiológicos que classificam a necessidade de rastreio de uma patologia. No Brasil, de acordo com o inquérito de 2022 sobre pacientes em terapia dialítica, estimou-se que havia mais de 150 mil pacientes em diálise. As principais causas de DRC são o Diabetes Mellitus (DM) e a Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e, no cenário dessas patologias, fatores que estão associados à pior progressão da doença são a HAS não controlada, proteinúria, anemia, acidemia, hiperuricemia, dentre outros. Alguns fatores como a presença de hematúria glomerular (HtG) no sedimento urinário têm sua importância bem determinada no contexto da glomerulopatia por imunoglobulina A, porém sua importância na condição geral da DRC ainda é alvo de controvérsias. Em 2014 foi realizado na Universidade Federal de Juiz de Fora um estudo para validação do questionário Screening for Ocult Renal Disease (SCORED) na população geral. O objetivo deste estudo foi avaliar se fatores sociodemográficos e a presença de hematúria estão associados com a mortalidade na DRC e se ocorre uma variação nos marcadores diagnósticos da doença, sendo, portanto, necessária a dosagem dos mesmos em dois momentos durante o rastreio da DRC. Realizou-se um estudo de coorte prospectivo, no período de 2011 a 2022. Foram incluídos os participantes que fizeram parte do estudo SCORED e, na Fase 1, foram avaliadas variáveis sociodemográficas, clínicas, patológicas e laboratoriais. Na segunda Fase, o desfecho óbito. Foi realizada uma análise estatística descritiva, as variáveis associadas aos critérios diagnósticos de DRC foram comparadas no intervalo de três meses. Foram comparados indivíduos com e sem DRC; sobreviventes e não sobreviventes pelos testes Qui-Quadrado, Fisher, t-Student ou ANOVA. E, por fim, fatores associados à sobrevida ajustada para confundidores por um modelo de Regressão de Cox. Considerado um intervalo de confiança de 95,0%. O tamanho amostral inicial foi de seiscentos participantes e a DRC foi diagnosticada, no primeiro exame, pelo critério de filtração glomerular estimada (FGe) 60 mL/min/1,73 m2 em 8,8%, relação albumina/creatinina (RAC) alterada em 5,0% e, presença de HtG em 16,3%, tendo se confirmado no segundo exame pelos mesmos critérios: FGe 60 mL/min/1,73 m2 em 3,5%, RAC alterada em 3,0% e presença de HtG em 9,5%. Com relação à DRC não DRC, observou-se maior prevalência em não brancos e idosos; laboratorialmente, maiores níveis de colesterol total e colesterol LDL. Na segunda Fase, obteve-se uma amostra de 103 participantes, comparando óbito não óbito. As variáveis sociodemográficas, clínicas e patológicas que se associaram ao óbito foram mais idosos, menor renda, maior pressão arterial sistólica e diastólica, história pessoal de HAS, DM, doença coronariana e tabagismo. Laboratorialmente, maiores níveis de ácido úrico e glicemia. Apenas idade e HtG foram preditores de mortalidade. Concluiu-se que houve variabilidade nos marcadores diagnósticos de DRC, reforçando, dessa forma, a importância de serem avaliados em dois momentos. A HtG foi, não só o marcador diagnóstico com menor variabilidade, como também, um marcador de mortalidade. |