Pedagogias das masculinidades: perspectivas de gênero, sexualidade e emoções entre adolescentes estudantes do ensino médio
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | , , |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais
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Departamento: |
ICH – Instituto de Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: | |
Área do conhecimento CNPq: | |
Link de acesso: | https://doi.org/10.34019/ufjf/te/2022/00038 https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/14339 |
Resumo: | A partir de observações de situações cotidianas em uma escola pública estadual localizada na periferia de Juiz de Fora– MG, de debates com estudantes do ensino médio sobre gênero e sexualidade e entrevistas semiestruturadas com aluna(o)s, professores e funcionária(o)s, esta tese analisa os dispositivos reguladores de gênero, com ênfase nas masculinidades, que atuam na produção de subjetividades adolescentes. Em outras palavras, a tese tem como intuito identificar quais são e como operam as expectativas de gênero e sexualidade relacionadas aos comportamentos de meninas e meninos, observando como tais expectativas contribuem para a naturalização e produção de desigualdades, mas também potencialmente para a sua desconstrução e desnaturalização. Visando tal objetivo geral, quatro objetivos específicos foram elencados: (1) compreender a atual conjuntura política em relação as temáticas de gênero e sexualidade na educação e suas potenciais influencias no cotidiano escolar e na percepção dos agentes escolares; (2) analisar como os discursos sobre gênero e emoções que permeiam o cotidiano escolar contribuem para a produção, reprodução, ou contestação de representações hegemônicas de gênero; (3) identificar como e quais masculinidades são produzidas entre os estudantes como hegemônicas e subalternas; (4) analisar as experiências e trajetórias de alun(a)os que destoam das normas hegemônicas de gênero. Os relatos indicam o quanto os agentes escolares, além de se sentirem despreparados para tratar sobre gênero e sexualidade, por vezes sentem-se temerosos e preferem evitar o assunto. É possível constatar ainda a presença de representações sobre o que é ser moralmente “homem” e “mulher”, ancoradas em discursos emocionais que reforçam as hierarquias entre os gêneros. Embora a presença de múltiplas masculinidades seja ressaltada, constata-se a hegemonia de um modelo de “ser homem” balizado por características como “força”, “agressividade” e “competitividade”, produzidas através do futebol, do jogo social das relações jocosas e de relatos de proezas sexuais e conversas sexistas. Simultaneamente, é possível identificar também, a partir da experiência de meninos que não correspondem aos atributos necessários para a execução de uma masculinidade hegemônica, a existência de masculinidades subalternas. Considerando a existência de uma multiplicidade de formas em que as normas são habitadas, a pesquisa demonstra estratégias desenvolvidas pelos próprios aluna(o)s para uma melhor aceitação e integração no espaço escolar. |