Perguntar é inusitado? Analisando os discursos de professores(as) de química sobre questionamentos em sala de aula

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Meirelles, Marcela Arantes lattes
Orientador(a): Flôr, Cristhiane Carneiro Cunha lattes
Banca de defesa: Jácome, Alexandre José Pinto Cadilhe de Assis lattes, Souza, Gilmar Pereira de lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Educação
Departamento: Faculdade de Educação
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/10240
Resumo: Partindo da premissa que perguntar é uma atividade essencial para o ensino e aprendizagem e que as perguntas dos(as) estudantes, principalmente aquelas que revelam curiosidade, criatividade e interesse em aprender ciências, podem despertar a construção do conhecimento, esta pesquisa situa-se na problemática de compreender os discursos de professores(as) de química sobre os questionamentos realizados por estudantes em sala de aula. Destacamos que estas perguntas também podem revelar rebeldia, desafio ao(à) professor(a), subterfúgio à aula, etc. Assim, as denominamos perguntas inusitadas e delineamos sentidos para o termo a partir do referencial teórico-metodológico análise de discurso de linha francesa. Este trabalho teve como objetivo construir uma compreensão sobre a proposta conceitual de perguntas inusitadas a partir dos discursos dos(as) professores(as) de química a respeito dos questionamentos feitos por estudantes. Realizamos entrevistas semiestruturadas com três docentes que lecionam química na Educação Básica do município de Juiz de Fora - MG, nas redes federal, estadual e privada. As entrevistas foram gravadas em áudio e, posteriormente, transcritas. Em nossa análise, notamos indícios de que, embora o(a) professor(a) esteja sujeito ao cumprimento de conteúdos cobrados em avaliações externas; a sanções a partir de políticas de responsabilização (accountability); à falta de tempo e outros fatores, ainda assim ele(a) se preocupa em planejar aulas investigativas, experimentais, construtivas e contextualizadoras, considerando as perguntas dos(as) estudantes. Nos discursos dos(as) docentes, encontramos perguntas que se aproximam da proposta de perguntas inusitadas e outras que se afastam do termo, destacando que a interlocução é um conceito chave na compreensão se uma pergunta é inusitada ou não. Vimos também que as perguntas inusitadas frequentemente costumam ter relação com as experiências vivenciadas pelos(as) alunos(as), principalmente por influência da mídia ou de algo que faça parte de seu cotidiano.