Incidência e fatores associados às quedas em pacientes com doença renal crônica em diálise: um estudo prospectivo de 12 meses

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Jesus, Luciana Angélica da Silva de lattes
Orientador(a): Reboredo, Maycon de Moura lattes
Banca de defesa: Carmo, Wander Barros do lattes, Silva, Lilian Pinto da lattes, Ribeiro, Heitor Siqueira lattes, Chiavegato, Luciana Dias lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Saúde Brasileira
Departamento: Faculdade de Medicina
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/17326
Resumo: Pacientes em hemodiálise apresentam complicações decorrentes da doença renal crônica e de seu tratamento que podem elevar o risco de quedas. Portanto, o objetivo geral deste estudo foi identificar a incidência de quedas e os fatores associados com a ocorrência e o número de quedas em pacientes em hemodiálise, e os objetivos específicos foram avaliar os fatores associados ao equilíbrio postural e investigar as propriedades de medida da Falls Efficacy Scale (FES). MÉTODOS: Foi realizado um estudo prospectivo de 12 meses com pacientes em hemodiálise regular. Foram avaliadas a função física (velocidade de marcha em 4,6 metros, Timed up and go-TUG, teste de sentar e levantar de 5 repetições-TSL-5 e força de preensão manual), equilíbrio postural (Mini Balance Evaluation Systems Test-Mini-BESTest e posturografia), fragilidade (fenótipo de fragilidade de Fried modificado), medo de cair (Falls Efficacy Scale-International-FES-I e FES) e qualidade de vida (36-Item Short Form Health Survey-SF-36). Após essa avaliação inicial, foram realizadas entrevistas mensais durante 12 meses para o monitoramento de quedas. RESULTADOS: Foram incluídos 112 pacientes (58,7±12,9 anos, 56,3% do sexo masculino), dos quais 31,3% foram classificados como caidores. A taxa de incidência foi de 1,62 (IC95%: 1,03-2,22) quedas/pessoa-ano. O TSL-5 (segundos; OR:1,10; IC95%:1,02-1,19) e a fragilidade (OR:4,78; IC95%:1,22- 18,81) foram associados com a ocorrência de quedas. A velocidade da marcha (metros/segundo; OR:0,25; IC95%:0,07-0,87), força de preensão palmar (quilograma força; OR:0,94; IC95%:0,90-0,98), TUG (segundos; OR:1,38; IC95%:1,17-1,62), Mini-BESTest (escore; OR:0,84; IC95%:0,77-0,93), fragilidade (OR:3,99; IC95%:1,67-9,49), FES-I (escore; OR:1,11; IC95%:1,06- 1,17) e quatro domínios do SF-36: capacidade funcional (escore; OR:0,98; IC95%:0,96-0,99), aspectos físicos (escore; OR:0,99; IC95%:0,98-0,99), vitalidade (escore; OR:0,98; IC95%:0,97-0,99) e saúde mental (escore; OR:0,98; IC95%:0,96-0,99) foram associados com o número de quedas. A presença de diabetes mellitus (B:5,33; IC95%:0,30 a 10,37) e de doença neurológica (B:8,18; IC95%:1,34 a 15,02) e a velocidade da marcha (B:-14,10; IC95%:-23,58 a -4,62) foram associadas ao deslocamento do centro de pressão (CP) com olhos abertos (R²=0,26; p<0,001). A presença de doença neurológica (B:19,55; IC95%:7,47 a 31,62; R²=0,18; p=0,002) foi associada com o deslocamento do CP com olhos fechados. A presença de diabetes mellitus (B:18,00; IC95%:5,95 a 30,05; R²=0,22; p<0,001) foi associada ao deslocamento do CP com olhos abertos sobre espuma. Na investigação das propriedades de medida da FES, o coeficiente de correlação intraclasse inter e intra-avaliadores foi, respectivamente, de 0,91 e 0,78. O erro padrão da medida para avaliações inter e intra-avaliadores foi de 2,99 e 4,46 e a diferença mínima detectável de 9,26 e 12,33, respectivamente. A pontuação média da diferença interavaliadores foi de 0,26 (limites de concordância de 95%: -8,01 a 8,53) e a pontuação média da diferença intra-avaliadores foi de -1,06 (limites de concordância de 95%: -13,39 a 11,27). CONCLUSÃO: A função física, o equilíbrio postural, a fragilidade, o medo de cair e a qualidade de vida foram associados às quedas. A presença de diabetes mellitus e de doenças neurológicas e lentidão na velocidade de marcha foram associadas ao pior equilíbrio postural. A FES apresentou propriedades de medida adequadas.