O Boi e o Pastor: uma vereda chamada si-mesmo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Hortegas, Monica Giraldo lattes
Orientador(a): Teixeira, Faustino Luis Couto lattes
Banca de defesa: Berkenbrock, Volney José lattes, Losso, Eduardo Guerreiro Brito lattes, Amaral, Maria José Caldeira do lattes, Pinheiro, Marcus Reis lattes
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-graduação em Ciência da Religião
Departamento: ICH – Instituto de Ciências Humanas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/11402
Resumo: O Boi e o Pastor é um poema chinês escrito no século XII. É composto por dez etapas, cada uma com sua respectiva figura, prefácio e verso. A trajetória apresenta um pastor que busca pelo seu boi que se perdeu. Ao longo do caminho ele o encontra, o amansa e o leva de volta para casa. Há uma ruptura a partir da oitava imagem, onde boi e pastor desaparecem deixando apenas um círculo vazio. A nona apresenta um rio que corre e uma árvore em florescência e a décima e última é o encontro entre um ancião e um jovem. Inserido dentro da tradição Zen Budista, o poema tem por finalidade primeira ensinar aos discípulos a experiência meditativa e os estados alcançados com tal prática. Segundo Shizuteru Ueda, da Escola de Kyoto, a partir das últimas três figuras é possível compreender o verdadeiro simesmo para esta tradição. Muito além das instâncias do eu, ele se estende ao mundo e ao outro e é transpassado pelo vazio ou nada absoluto, como esta escola filosófica melhor explica o aspecto transcendente que fundamenta o ser, a existência e a realidade como um todo. A presente tese buscou investigar as bases deste si-mesmo, estudando mestres da tradição e, também, os filósofos da Escola de Kyoto com ênfase em Ueda. Foram revisados temas fundamentais tais como religião, arte, natureza, poesia para compreender sobre uma construção do ser que se insere em uma mística cotidiana que por mais profunda e refinada, insiste sobre a simplicidade da vida. Como uma ponte entre o Oriente e o Ocidente, esta pesquisa além de respostas, lança perguntas. Quem sou eu? é a pergunta primeira e a que coloca o homem frente a si mesmo e a sua responsabilidade ética frente à vida. A resposta vai além das palavras. Ela reverbera no canto de todas as coisas, desde que Siddhārta Gautama abriu as portas para o Zen, com o girar da flor de udumbura em sua mão há mais de dois mil anos. E por fim, enquanto tese, essa mesma resposta retorna à palavra. Como ensina mestre Dōgen, "o caminho das letras não deixa traços, ainda assim, o ensinamento é revelado"!