Cinema e misticismo oriental: a representação do Zen Budismo na obra de Akira Kurosawa

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2010
Autor(a) principal: Monteiro, Aldo Marcozzi Evangelista
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=63152
Resumo: O Zen budismo é uma forma de misticismo que influenciou a cultura do Extremo Oriente, não apenas por ser uma espécie de religião, mas porque suas concepções sobre a existência influenciaram um grande número de representações sociais, estéticas e militares. O cinema japonês acaba por ser influenciado pelo referido misticismo a ponto de aparecer representado na obra de Akira Kurosawa, um de seus mais importantes diretores. Partindo deste pressuposto, analiso de que maneira o Zen budismo está representado em três filmes do referido diretor: Trono Manchado de Sangue (1957), Sonhos (1990), e Viver (1952). Considero que os três filmes, apesar de o fazerem por vias peculiares, performatizam o Zen fazendo com que tais filmes acabem por assumir a responsabilidade por um discurso contra hegemônico, na medida em que exaltam concepções de existência baseadas na vida simples e contemplativa, alguns dos princípios fundamentais do Zen. Trono Manchado de Sangue, adaptação da Peça “Macbeth” de William Shakespeare, traz uma representação do Zen calcada, sobretudo em alguns preceitos morais do budismo, o que é realizado em função da opção narrativa de Kurosawa, baseada nas estratégias da tragédia clássica. No filme Sonhos, vemos representada a questão fundamental, não apenas do Zen, mas do budismo em geral: a Iluminação, ou Satori. Na referida película tais representações sugerem refletir sobre a necessidade de aquisição de um novo ponto de vista sobre a existência que seja capaz de ajudar a salvar o planeta de uma hecatombe geral. Em Viver, Kurosawa aborda a questão da Ignorância, representada através da saga de um personagem que tenta reformar sua existência depois de saber que está com câncer. Esta obra sugere refletir sobre a importância da capacidade de contemplação para a saúde mental e física. Palavras-chave: Representação, cinema, Kurosawa, Zen budismo.