Composição, estrutura da comunidade e rede de interações de epífitas vasculares na Serra Negra da Mantiqueira, Minas Gerais, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Lima, Leonardo Moreira Campos lattes
Orientador(a): Menini Neto, Luiz lattes
Banca de defesa: Barbosa, Daniel Elias Ferreira lattes, Salimena, Fátima Regina Gonçalves
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós Graduação em Biodiversidade e Conservação da Natureza
Departamento: ICB – Instituto de Ciências Biológicas
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://doi.org/10.34019/ufjf/di/2023/00065
https://repositorio.ufjf.br/jspui/handle/ufjf/15979
Resumo: Os ecossistemas montanos são naturalmente submetidos a condições extremas, que selecionam táxons capazes de se estabelecer em tais locais e resultam em altos índices de biodiversidade e endemismo. A região da Serra da Mantiqueira, situada no sudeste brasileiro e inserida na Floresta Atlântica, é classificada como de “Alta Importância Biológica”. Em meio às formações vegetais dessa cadeia de montanha, destacam-se as raras e ameaçadas florestas nebulares, marcadas pela frequente imersão em nevoeiros e pela constante disponibilidade de água, características que tornam esses ambientes notavelmente propícios à ocorrência de epífitas vasculares. A presente pesquisa envolveu duas abordagens destinadas ao estudo da ecologia de epífitas e forófitos e foi realizada na Reserva Particular do Patrimônio Natural Chapadão da Serra Negra, Zona da Mata de Minas Gerais. No primeiro capítulo comparamos as comunidades de epífitas estabelecidas em candeias (Eremanthus erythropappus, Asteraceae) de um Arbustal Nebular (AN) e do Ecótono da Nanofloresta Nebular (ENN), ambientes vizinhos, mas com estruturas e características microclimáticas acentuadamente diversas. Para tanto, identificamos e quantificamos as epífitas em 40 forófitos de cada ambiente e calculamos riqueza, frequência, diversidade de Shannon (H’), uniformidade de Pielou (J) e índices de diversidade taxonômica (Δ+, Λ+). Já no segundo capítulo investigamos os padrões da rede de interações entre epífitas vasculares e forófitos em uma nanofloresta nebular mediante a apuração do tamanho da rede; da conectância (C); do aninhamento (NODF); da equidade das interações; da especialização (H²) e dos índices de generalidade e de vulnerabilidade. Amostramos três parcelas com área de 400 m² cada, com identificação e contagem dos epífitos 9vasculares e dos forófitos com DAP ≥ 10cm a 1,3m do solo. Na primeira abordagem, observou-se uma riqueza maior no ENN, sendo que as espécies amostradas no AN representam quase um subconjunto das registradas no ENN. Concluímos que as diversas condições encontradas nos dois ambientes amostrados, sobretudo no que se refere ao microclima e à disponibilidade de recursos hídricos, implicam na presença de filtros ambientais, capazes de selecionar espécies mais adaptadas às condições de cada ambiente. Já na segunda abordagem, registramos um total de 3327 indivíduos de epífitas (representados por 113 espécies, 55 gêneros e 20 famílias), fixados em 322 forófitos, de 92 espécies diversas. A rede investigada apresentou um baixo índice de interação entre epífitas e forófitos, confirmando nossa hipótese. Todavia, ao contrário da nossa predição, a rede se revelou pouco aninhada.